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Uso de trabalho forçado dos uigures por construtores automóveis 'é geral'

O trabalho forçado dos uigures está disseminado "de maneira significativa" na cadeia de aprovisionamento dos grandes construtores automóveis, do aço, alumínio ou cobre às baterias e à eletrónica, segundo um estudo da universidade britânica de Sheffield Hallam.

Uso de trabalho forçado dos uigures por construtores automóveis 'é geral'
Notícias ao Minuto

15:34 - 08/12/22 por Lusa

Mundo Estudo

"Se você comprou uma viatura nos últimos cinco anos, algumas das peças foram fabricadas por uigures e outros forçados a trabalhar na China", resumiram os quatro autores do estudo, apresentado ao fim de seis meses de investigação.

Todas as grandes marcas estão envolvidas, segundo os investigadores, que citam em particular Volkswagen, BMW, Honda, Ford, GM, Mercedes-Benz, Toyota, Stellantis (que inclui Fiat, Chrysler, Dodge e Jeep), Tesla e a chinesa Nio.

O potente sindicato norte-americano da indústria automóvel UAW reagiu e fez uma "solicitação urgente à indústria automóvel para transferir toda a sua cadeia de aprovisionamento para fora da região" do Xinjiang, no noroeste da China, onde vive a minoria uigure.

A China é acusada por organizações de defesa dos direitos humanos de colocar os uigures em programas de "transferência de mão-de-obra" forçada, ligados a cadeias de aprovisionamento internacionais de vários setores, do vestuário ao automóvel.

Segundo Pequim, que nega qualquer perseguição a esta minoria muçulmana, estas iniciativas permitem reduzir a pobreza ao fornecer empregos bem pagos para residentes rurais com fracos rendimentos.

O estudo divulgado hoje faz parte de uma série da universidade Sheffield Hallam centrada no recurso aos trabalhos forçados no Xinjiang em vários setores, do algodão aos materiais de construção em PVC, passando pelos painéis solares.

Os universitários apoiaram-se em fontes como relatórios anuais de empresas, sítios na internet e campanhas publicitárias, bem como em diretivas governamentais e imprensa estatal chinesa e ainda em registos alfandegários.

O estudo destacou que "os maiores produtores mundiais de aço e alumínio se deslocaram para a região, graças a subvenções e incentivos do governo chinês".

Os investigadores acrescentaram ainda que os construtores automóveis retorquiram que "uma despistagem aprofundada da cadeia de aprovisionamento está fora de alcance e que compreender a situação na região uigure é um desafio".

Contudo, a indústria deve garantir a identificação das suas cadeias de aprovisionamento, para "se assegurar que não é cúmplice do regime de trabalho forçado na região uigure", sem o que corre "um enorme risco jurídico, ético e reputacional", segundo os universitários.

Leia Também: China bloqueia debate sobre uigures no Conselho de Direitos Humanos da ONU

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