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Presidente angolano fala com homólogo congolês sobre conflito na RDCongo

Os presidentes de Angola e da República Democrática do Congo (RDCongo) falaram hoje por telefone e debateram "a situação de segurança" no leste da RDCongo, anunciou a Presidência angolana.

Presidente angolano fala com homólogo congolês sobre conflito na RDCongo
Notícias ao Minuto

21:19 - 07/12/22 por Lusa

Mundo RDCongo

De acordo com uma nota publicada na rede social Facebook, o chefe de Estado angolano, João Lourenço, e o seu homólogo da RDCongo, Felix Tshisekedi, debateram "a situação de segurança prevalecente no leste da RDCongo".

A conversa, na sequência da realizada antes entre João Lourenço e o homólogo do Ruanda, Paul Kagamé, foi feita "no prosseguimento dos esforços diplomáticos empreendidos pelo Presidente de Angola".

Segundo uma nota da Presidência angolana, o contacto entre João Lourenço e Paul Kagamé serviu para fazerem "uma avaliação da situação no terreno, principalmente dos compromissos assumidos por cada uma das partes no âmbito da Cimeira de Luanda".

Os dois chefes de Estado também "apreciaram em conjunto perspetivas para a operacionalização de todos os mecanismos acordados, para que volte a haver paz e segurança na região Leste da RDCongo", acrescenta-se na nota de Luanda.

O grupo rebelde Movimento 23 de Março (M23), cujos confrontos com o exército da RDCongo já provocaram centenas de mortos este ano, manifestou-se hoje "pronto a retirar-se" dos territórios que ocupa e iniciar um diálogo de paz.

O M23 solicitou uma "reunião" com a força militar conjunta da Comunidade da África Oriental (EAC, na sigla em inglês), que começou a ser deslocada para o leste da RDCongo, bem como com o mediador do bloco regional, o ex-presidente queniano Uhuru Kenyatta, que encabeça o processo de paz entre o Governo congolês e os grupos armados ativos nessa parte do país.

O grupo, considerado terrorista por Kinshasa e que prossegue os seus ataques desde o início da primeira ronda de negociações de paz em Nairobi, em abril último, tem-se mantido até agora fora do processo, por imposição das autoridades da RDCongo.

O grupo confirmou igualmente aceitar o "cessar-fogo" exigido no passado dia 23 de novembro numa cimeira em Luanda patrocinada pelo Presidente angolano, João Lourenço, mediador da União Africana para o diferendo entre a RDCongo e o Ruanda, que Kinshasa acusa de apoiar o M23.

Embora Kigali negue veementemente este apoio, um relatório de peritos da ONU divulgado em agosto confirmou essa cooperação.

Na cimeira de Luanda, o Presidente Felix Tshisekedi, e o ministro dos Negócios Estrangeiros ruandês, Vincent Viruta, que representou o Presidente Paul Kagamé, apelaram à cessação das hostilidades a partir de 25 de novembro, mas os combates nunca acabaram efetivamente.

O M23 foi criado em 2012, quando soldados da RDCongo se revoltaram devido à perda de poder do seu líder, Bosco Ntaganda, acusado pelo Tribunal Penal Internacional (TPI) de crimes de guerra; denunciando ainda várias violações do acordo de paz de 23 de Março de 2009, que dá o nome ao movimento.

Após anos de inatividade, o M23 recomeçou os combates em março passado com as Forças Armadas da RDCongo (FARDC), provocando o deslocamento de, pelo menos, 340.000 pessoas no leste do país, de acordo com a ONU.

Após meses de trégua, os combates recomeçaram em outubro e o M23 avançou para o cerco a Goma, capital do Kivu do Norte -- a menos de 100 quilómetros da capital do Ruanda, Kigali, no outro lado da fronteira - que os rebeldes tomaram em 2012.

O leste da RDCongo está mergulhado em conflito há mais de duas décadas, alimentado por milícias rebeldes e pelo exército congolês, não obstante a presença da missão de manutenção da paz das Nações Unidas (Monusco).

Leia Também: Presidentes de Angola e Ruanda falaram sobre conflito no leste da RDCongo

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