Um juiz federal de Washington, nos Estados Unidos da América (EUA), anunciou, na terça-feira, que arquivou um processo civil sobre o assassinato Jamal Khashoggi, interposto pela noiva do jornalista contra o príncipe herdeiro da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman. Em causa está a concessão de imunidade pelo presidente norte-americano, Joe Biden.
Sublinhe-se que o príncipe foi nomeado primeiro-ministro saudita, em setembro, por decreto real. Já em novembro, segundo um documento apresentado ao Tribunal Distrital de Columbia pela administração de Biden, “os Estados Unidos informaram respeitosamente o tribunal que o réu Mohammed bin Salman, primeiro-ministro do Reino da Arábia Saudita, é o chefe de governo em exercício e, por isso, imunidade neste processo”.
Segundo a agência de notícias Reuters, o juiz distrital dos EUA John Bates mostrou-se “relutante em desistir do processo, mas não teve escolha”. Bates manifestou ainda “inquietações” relativas às “circunstâncias da nomeação” de Mohammed bin Salman enquanto primeiro-ministro e às “alegações credíveis do seu envolvimento na morte de Khashoggi”.
O jornalista saudita Jamal Khashoggi, inicialmente próximo da casa real Saudita e mais tarde crítico da monarquia de Riade, foi assassinado a 2 de outubro de 2018 por agentes sauditas no consulado do seu país em Istambul.
Segundo um relatório dos serviços secretos dos Estados Unidos da América, onde o jornalista de 59 anos estava a residir, o príncipe herdeiro da Arábia Saudita aprovou o seu assassínio.
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