Meteorologia

  • 24 ABRIL 2024
Tempo
24º
MIN 13º MÁX 24º

Russo condenado pela queda do voo MH17 em 2014 terminou luta no Donbass

O russo Igor Guirkin, procurado pelas autoridades ucranianas e neerlandesas pela queda do voo MH17 da Malaysia Airlines em 2014, regressou à Rússia depois de quase dois meses ao lado das forças pró-russas no Donbass.

Russo condenado pela queda do voo MH17 em 2014 terminou luta no Donbass
Notícias ao Minuto

21:18 - 06/12/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

Guirkin, que foi considerado culpado em novembro por um tribunal neerlandês, disse hoje, através do seu canal na rede social Telegram, que a sua tentativa de "participar diretamente da luta" na Ucrânia "não foi bem-sucedida".

Popularmente conhecido como 'Strelkov', este ex-oficial do Serviço Federal de Segurança (FSB) recordou hoje que se deslocou a Donetsk em outubro, onde se inscreveu como soldado raso numa das milícias populares do Donbass.

"Eles informaram-me oficiosamente que o meu alistamento não autorizado nas milícias do povo de Donetsk causou desconforto ao comando, mas garantiram-me que o problema seria resolvido a tempo", explicou.

Segundo 'Strelkov', durante algum tempo foi nomeado comandante de um batalhão de alcance militar e em novembro mudou-se para a cidade de Svatovo, próximo da frente de combate, onde permaneceu durante dez dias.

Após regressar de Svatovo, Guirkin foi informado que "não estava inscrito" naquela unidade, entregando a sua arma e regressando a Moscovo.

Kyiv oferece uma recompensa de 100.000 dólares (cerca de 95.500 euros) por Igor Guirkin, que gerou várias controvérsias devido às suas críticas constantes o Ministério da Defesa russa pela sua estratégia durante a campanha militar na Ucrânia.

Pelo seu envolvimento no derrube do MH17, no leste da Ucrânia, 'Strelkov' foi condenado pela justiça neerlandesa a prisão perpétua, enquanto na Ucrânia é procurado por terrorismo e crimes de guerra.

Além de Guirkin, os também russos Sergei Dubinski e Oleg Pulatov e o ucraniano Leonid Khartchenko, quatro membros de alta patente dos separatistas pró-russos no leste da Ucrânia, foram acusados de abater o avião da Malaysia Airlines que fazia o voo MH17 com um míssil terra-ar "Buk" russo.

Os procuradores do tribunal holandês de Schiphol disseram que os quatro acusados desempenharam um papel central na entrega de uma bateria antiaérea Buk, provavelmente destinada a atingir um avião de guerra ucraniano.

O Boeing 777-200ER da Malaysia Airlines descolou de Schiphol no dia 17 de julho de 2014, num voo até à capital malaia, Kuala Lumpur, mas foi abatido por um míssil russo sobre a Ucrânia, tendo morrido todas as pessoas que estavam a bordo, maioritariamente holandesas.

Os Países Baixos responsabilizaram a Rússia pela tragédia, mas Moscovo sempre negou qualquer ligação ao que aconteceu.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 6.702 civis mortos e 10.479 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.

Leia Também: Hospitais ucranianos devem suspender cirurgias não urgentes

Recomendados para si

;
Campo obrigatório