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Trump enfrenta perigo em investigação de documentos em Mar-a-Lago

Donald Trump enfrentou uma série de processos e investigações criminais, como empresário e chefe de Estado norte-americano, mas nunca havia lidado com uma tão perigosa como a de Mar-a-Lago, consideram alguns especialistas jurídicos.

Trump enfrenta perigo em investigação de documentos em Mar-a-Lago
Notícias ao Minuto

06:41 - 06/12/22 por Lusa

Mundo EUA

"Ao contrário de muitas dessas investigações anteriores que envolveram essas fraudes financeiras complexas, onde os procuradores têm de explicar a um júri por que a conduta é um crime, aqui os procuradores não vão ter essa dificuldade, não terão esse desafio de explicar o que o crime é", se as acusações forem arquivadas, disse o ex-procurador do Departamento de Justiça, Robert Mintz.

A sensação de vulnerabilidade intensificou-se nas últimas semanas não apenas pela nomeação de um procurador especial, mas também pela retirada de um especialista independente solicitado por Trump e pela rejeição inequívoca dos seus advogados pelos juízes.

É impossível prever quanto tempo mais vai durar a investigação ou se o Departamento de Justiça vai tomar a medida inédita de indiciar um ex-Presidente e atual candidato às eleições presidenciais de 2024.

Trump não está mais protegido da acusação como na altura em que era chefe de Estado.

Os especialistas dizem que a investigação de Mar-a-Lago está mais centrada em questões factuais e legais mais diretas do que os casos anteriores com os quais Trump lidou.

Numa opinião contundente que remonta à história, o tribunal reconheceu que buscas na residência de um ex-Presidente é extraordinária, mas não tão singular a ponto de lhe conceder um tratamento especial.

"Não é sempre que vemos casos citados num tribunal de apelações que foram decididos em 1794, nos anos de 1800. Esses são princípios fundamentais da lei que existem há muito tempo, em que eles confiavam", disse o advogado de defesa criminal da Florida e ex-procurador federal David Weinstein.

As investigações não são novidade para Trump e as especulações sobre o seu risco legal já foram descartadas no passado.

Em 2021, os procuradores estaduais de Nova Iorque indiciaram os negócios de Trump, a Trump Organizations e o seu antigo diretor financeiro -- mas não acusaram o ex-Presidente.

Em setembro, o procurador-geral de Nova Iorque acusou Trump de aumentar o seu património líquido em milhares de milhões de dólares e enganar os bancos -- mas essas alegações foram feitas num processo, não num processo criminal.

Como Presidente, Trump foi investigado por um antigo conselheiro especial, o ex-diretor do FBI Robert Mueller, sobre se a sua bem-sucedida campanha de 2016 havia conspirado ilegalmente com a Rússia e se havia tentado obstruir a investigação.

Mueller encontrou evidências insuficientes para alegar uma conspiração criminosa entre a campanha eleitoral e a Rússia e a também citou a política de longa data do Departamento de Justiça que proíbe o indiciamento de um chefe de Estado em exercício.

Mas, por seu turno, os procuradores de Mar-a-Lago descartaram amplamente a relevância do estatuto de Trump como ex-Presidente, afirmando que os documentos confidenciais não lhe pertencem.

A investigação dos registos foi cozinhada durante meses antes das buscas do FBI em 08 de agosto em Mar-a-Lago, com os agentes federais a encontrar cerca de 100 documentos com marcações de confidencialidade.

Funcionários do Departamento de Justiça dizem ter desenvolvido uma causa provável para a acreditar que foram cometidos crimes relacionados à retenção de informações de defesa nacional, bem como à obstrução.

No mês passado, a investigação mostrou sinais de aceleração, com o Departamento de Justiça a apresentar evidências perante um grande júri e a conceder imunidade a um aliado de Trump para garantir o seu testemunho.

Leia Também: Trump recua e nega querer acabar com Constituição norte-americana

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