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Líder da oposição grega preocupado com vigilância a chefias militares

O líder da oposição grega admitiu hoje estar preocupado com "a segurança nacional" depois de ter sido revelado que os chefes dos três ramos das forças armadas também foram vigiados pelos serviços secretos.

Líder da oposição grega preocupado com vigilância a chefias militares
Notícias ao Minuto

12:55 - 05/12/22 por Lusa

Mundo Grécia

Alexis Tsipras, líder do partido de esquerda Syriza, que esteve no poder na Grécia entre 2015 e 2019, transmitiu a sua preocupação ao procurador do Supremo Tribunal de Justiça, Isidoros Doguiakos, com quem se reuniu, na sequência da publicação, na edição de fim de semana da revista Documento, de informação que garante que os comandantes dos três ramos das forças armadas estiveram sob vigilância.

"As revelações feitas nos últimos meses sobre a transformação do EYP numa entidade paraestatal de vigilância de líderes políticos, deputados, eurodeputados, ministros, jornalistas, empresários e até juízes é um grande golpe para a própria democracia e coloca-a em risco", afirmou Tsipras após o seu encontro com o procurador.

No início de novembro, a revista, próxima do partido Syriza, publicou uma lista de 33 figuras públicas, entre as quais diversos ministros em exercício, jornalistas e empresários, alvos do programa de espionagem informática Predator.

Entre as vítimas estão, segundo a publicação, o antigo primeiro-ministro Antonis Samaras, os atuais ministros dos Negócios Estrangeiros, das Finanças, do Desenvolvimento, do Trabalho e do Turismo, o armador Vangelis Marinakis, proprietário dos clubes de futebol Olympiakos e Nottingham Forest, e ainda vários jornalistas.

O primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, negou veementemente ter colocado sob escuta alguns dos seus ministros, condenando o que classificou como "uma mentira incrível" daquele órgão de comunicação social.

"É uma mentira incrível. Temos uma publicação que revela haver uma série de pessoas alegadamente sob vigilância, sem a mínima prova de que isso estivesse realmente a acontecer", indignou-se o primeiro-ministro conservador.

A nova revelação avançada no fim de semana também foi rejeitada hoje pelo porta-voz do Governo, Yannis Ikonomu, que qualificou as informações sobre a espionagem de comandantes militares como "ficção" sem fundamento.

Até agora, Mitotakis recusou-se a aceitar um inquérito parlamentar sobre o assunto, mas na próxima quinta-feira o escândalo será necessariamente transferido para o plenário, onde começa o debate sobre proteção de dados e cibersegurança.

A reforma legal com que o Governo pretende enfrentar o escândalo prevê que o Estado só poderá recorrer a programas de espionagem depois de aprovados por decreto presidencial e superadas uma série de salvaguardas.

Além disso, o uso de programas e dispositivos de rastreamento de pessoas deixa de ser uma mera infração ligeira e passa a ser grave, podendo a pena chegar aos 10 anos de prisão.

As alterações legislativas pretendem afinar - embora não o suficiente, segundo os críticos -- o conceito de "defesa da segurança nacional", único caso em que os serviços secretos podem vigiar um cidadão.

A pessoa objeto de vigilância poderá, ainda assim, ser seguida durante três anos sem o saber e a desclassificação dessa informação só poderá acontecer se não comprometer o motivo que motivou à vigilância.

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