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Cisjordânia. Cinco mortos e um ferido num dos dias mais mortíferos

Cinco palestinianos morreram e uma soldado israelita ficou ferida hoje em quatro incidentes violentos distintos na Cisjordânia, num dos dias mais mortíferos neste ano até ao momento no território, onde a tensão se mantém elevada desde março.

Cisjordânia. Cinco mortos e um ferido num dos dias mais mortíferos
Notícias ao Minuto

21:33 - 29/11/22 por Lusa

Mundo Cisjordânia

Coincidindo com o 75.º aniversário do Plano de Partição da Palestina da ONU, que degenerou no conflito atual, o dia arrancou com violentos confrontos, depois de dois veículos do exército israelita terem ficado avariados na localidade palestiniana de Beit Umar, perto de Hebrón.

Seguiram-se cenas de violência entre residentes locais e soldados, que usaram meios de dispersão e fogo real, o que resultou em mais de 20 feridos e a morte de um homem palestiniano de 44 anos depois de ser baleado na cabeça.

Horas mais tarde, no segundo incidente violento do dia, dois irmãos palestinianos de 21 e 22 anos morreram por disparos israelitas em Kfar Ein, aldeia próxima da cidade de Ramala, depois da entrada de tropas israelitas na aldeia e vários confrontos com palestinianos.

O exército garantiu ter agido quando "vários suspeitos instigaram um motim violento" e sublinhou que as circunstâncias que resultaram na morte dos dois jovens vão ser investigadas.

Noutro incidente violento no dia de hoje, uma soldado israelita foi gravemente ferida num alegado ataque por atropelamento numa estrada proxima de um colonato judaico no centro da Cisjordânia, sendo que o alegado atacante, um homem de 45 anos, foi abatido por polícias que perseguiram o seu carro até à detenção.

A mulher ferida, uma militar de 20 ano, foi retirada para o hospital depois de sofrer uma lesão na cabeça, tendo o primeiro-ministro cessante israelita, Yair Lapid, elogiado a atuação dos agentes e expressado o seu apoio às forças que, segundo o chefe do executivo, "atuaram com determinação para eliminar o desprezível terrorista".

Este atropelamento foi o nono ataque por investida em 2022, o ano mais mortífero na Cisjordânia desde 2006.

Durante a tarde houve novo incidente, depois de tropas israelitas entrarem numa aldeia da zona de Ramala, onde decorreram confrontos com jovens palestinianos, um dos quais, de 20 anos, morreu depois de ser baleado no peito.

De acordo com o Ministério da Saúde palestiniano, 155 palestinianos morreram este ano -- muitos milicianos, mas também civis e menores -, enquanto do lado israelita morreram 29 pessoas, 21 das quais eram civis.

Na tarde de hoje realizaram-se os funerais dos três palestinianos abatidos pelo exército israelita duante a manhã, que juntaram multidões nas suas respetivas localidades, onde era palpável a frustração dos participantes, que entoavam palavras de ordem contra Israel, de acordo com a agência de notícias palestiniana Wafa.

A indignação era mais evidente no funeral dos dois irmãos, ambos estudantes, um formado há pouco tempo e outro frequentava o terceiro ano do curso de informática.

Na sequência das mortes de hoje, o porta-voz do presidente palestiniano Mahmud Abás acusou as autoridades israelitas ao afirmar que têm "toda a responsabilidade por estes crimes", pelos quais "devem prestar contas".

O Hamas alertou que a "escalada de crimes e terrorismo da ocupação israelita" levará a uma "escalada da resistência e ação revolucionária" palestiniana.

A violência na Cisjordânia disparou a partir de março e abril passados, depois de vários ataques mortais cometidos por palestinianos e árabes israelitas contra Israel.

Desde essa altura, as operações de detenção israelitas e confrontos armados com palestinianos acontecem numa base quase diária na Cisjordânia. Até agora já foram detidos cerca de três mil palestinianos "suspeitos de terrorismo", mais de 500 ataques foram travados e cerca de 250 armas foram apreendidas, segundo o exército israelita.

Israel tomou o controlo da Cisjordânoa na Guerra dos Seis Dias de 1967, e promove a ocupação deste território até hoje.

Leia Também: Três palestinianos mortos em confrontos com israelitas na Cisjordânia

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