Meteorologia

  • 29 MARçO 2024
Tempo
15º
MIN 8º MÁX 15º

EUA. Maioria republicana não alterará apoio a Kyiv, diz analista

A diretora do programa para a Europa e Ásia Central do International Crisis Group, Olga Oliker, defendeu que a maioria Republicana na Câmara de Representantes dos EUA não deverá alterar o apoio norte-americano a Kyiv.

EUA. Maioria republicana não alterará apoio a Kyiv, diz analista
Notícias ao Minuto

08:29 - 29/11/22 por Lusa

Mundo Estados Unidos

"Não espero grandes alterações. Tem existido debate entre os dois partidos, sobre a forma como Washington deve apoiar Kyiv. Mas as diferenças são mais aparentes que reais e os consensos não serão difíceis de obter", disse Oliker durante uma conferência virtual do International Crisis Group, na segunda-feira, sobre o impacto do resultado das recentes eleições intercalares nos EUA na política externa norte-americana, a que a agência Lusa assistiu.

Esta especialista em política europeia e asiática acredita que as poucas diferenças entre Democratas e Republicanos, no Congresso dos EUA, se devem a razões de tática política, com os Republicanos a exigirem da Casa Branca mais explicações sobre a atribuição de fundos no apoio à resistência da Ucrânia perante a invasão russa, iniciada em finais de fevereiro.

Ainda assim, Olga Oliker admite que, com os Republicanos a passarem a controlar a Câmara de Representantes, o Governo do Presidente Joe Biden passará a ser muito mais escrutinado no seu apoio.

"Pode haver algumas resistências à estratégia Democrata na atribuição da ajuda a Kyiv, que se tem dividido entre apoio militar e apoio financeiro, com os Republicanos a exigirem da Casa Branca uma alocação de ajuda na área do armamento, em detrimento da ajuda humanitária ou alimentar", defendeu a diretora de programa do 'think tank' com sede em Bruxelas.

Oliker lembrou que é mais fácil monitorizar a ajuda real do Governo norte-americano a Kyiv quando esta se efetiva na área do armamento -- sobretudo das grandes armas, como mísseis -- do que quando ele se realizar no setor humanitário, o que facilita a tarefa de fiscalização da futura maioria Republicana na câmara baixa do Congresso.

Por outro lado, a especialista lembrou que os Republicanos têm uma longa tradição de favorecer o apoio militar a governos estrangeiros em ambientes de conflito armado, recordando que foi essa a estratégia em países como o Afeganistão.

Durante os mandatos do Presidente Democrata Barack Obama (2009-2017), sempre que os Republicanos estiveram em maioria no Congresso, pressionaram o Governo a optar por uma forte presença militar e por um intensivo apoio armamentista no apoio ao regime afegão, lembrou Oliker.

"Mas não estou preocupada sobre a falta de apoio dos EUA à Ucrânia, no futuro figurino de poder no Congresso. Os dois partidos estão sintonizados, no essencial", sublinhou esta analista, lembrando ainda que os Democratas vão manter o controlo do Senado, o que garante que as escolhas para os lugares de gestão e estratégia se manterão como nos passados dois anos.

Olga Oliker disse ainda que os aliados europeus dos Estados Unidos "suspiraram de alívio", quando perceberam que muitos dos candidatos das recentes eleições intercalares apoiados pelo ex-Presidente Republicano Donald Trump tinham sido derrotados.

"Penso que isso lhes garantiu que não haverá grandes alterações em termos de política externa nos próximos anos. E isso é bom para a cooperação transatlântica, em particular no que diz respeito à estratégia de apoio a Kiev, nomeadamente no âmbito da NATO", concluiu esta especialista.

Leia Também: Kyiv. Reino Unido vai pedir aos aliados da NATO reforço de apoio militar

Recomendados para si

;
Campo obrigatório