Para os aldeões deslocados que vivem perto da fronteira com a região separatista da Geórgia da Ossétia do Sul, a guerra na Ucrânia trouxe de volta memórias aterradoras dos bombardeamentos russos, reporta a Reuters.
"Sei como é termos de esconder-nos na cave enquanto a nossa aldeia está a ser bombardeada. Sei aquela sensação horrível de medo", explicou Mari Otinashvili, cuja família fugiu dos bombardeamentos sobre a sua aldeia quando tinha apenas 13 anos de idade, em 2008.
Recorde-se que, após um cessar-fogo que pôs fim à guerra que durou cinco dias, a Rússia reconheceu a Ossétia do Sul e outra região separatista, a Abcásia, como estados independentes.
Nos anos seguintes, as forças russas e os separatistas ergueram cercas de arame farpado ao longo da 'Linha Fronteira Administrativa', em representação daquilo que seria, de facto, a linha que separa a Ossétia do Sul de todo o território da Geórgia, mas também muitas pessoas dos seus próprios familiares.
Estes aldeões dizem que são frequentemente detidos, acusados de se desviarem para a Ossétia do Sul - que, na ótica da Geórgia e de outros países ocidentais, não se trata de uma nação independente.
Mas, em julho, as autoridades da Ossétia do Sul planearam realizar um alegado referendo sobre a eventual anexação do território pela Rússia, mas essa intenção viria, depois, a ser suspensa. Isto porque a Geórgia considerou inaceitável qualquer plano desta natureza.
Veja, na galeria, as imagens que ilustram as vivências destes aldeões que vivem perto da fronteira com a Ossétia do Sul, que temem que as tropas comandadas do Kremlin tenham intenções de expandir a sua invasão para outros países, além da Ucrânia.
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