O autarca de Kyiv, Vitali Klitschko pôs a hipótese de a falta de energia em Kyiv poder continuar até à primavera.
“Estamos a tentar restaurar tudo o mais rápido possível, mudar para horários claros [os cortes de energia] para que não haja surpresas e, em seguida, mudar para um fornecimento ininterrupto de eletricidade. Mas devemos estar preparados para o facto de que pode haver interrupções até à primavera”, disse Klitschko, numa entrevista à RBC-Ucrânia, esta segunda-feira.
Vitali também falou sobre a possível deslocação dos moradores de Kyiv para os subúrbios, pedindo aos habitantes que acumulem comida e água.
"Temos que estar preparados para diversos cenários. Não haverá uma evacuação total - talvez parcial, mas não pode ser chamada de evacuação. É uma realocação temporária de pessoas de determinadas categorias para os subúrbios [...]", referiu.
"Por favor, tenham em casa água potável e para outros usos, mantimentos de alimentos que possam ser cozidos ou consumidos sem eletricidade, roupas quentes, computadores carregados e bancos de energia, façam download dos mapas para os vossos telemóveis", acrescentou.
A Rússia tem lançado regularmente ataques em larga escala contra a infraestrutura de energia da Ucrânia. Como resultado, as cidades ucranianas muitas vezes ficam sem luz, calor ou água.
Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva russa na Ucrânia já causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, de acordo com os mais recentes dados da Organização das Nações Unidas, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A entidade confirmou ainda que já morreram 6.595 civis desde o início da guerra e 10.189 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.
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