Bettsy Chavez, de 33 anos, que era até agora ministra da Cultura, depois de liderar a pasta do Trabalho, é também deputada, pertencendo ao bloco de partidos de esquerda que apoiam o Presidente Castillo.

Betssy Chávez está a ser investigada pelo Ministério Público por alegadamente ter contratado familiares para cargos públicos.

A investigação foi aberta depois do programa de investigação jornalística ter denunciado que Chávez contratou para o Ministério da Cultura, e alegadamente facilitou uma contratação com outra entidade estatal, familiares do empresário Abel Sotelo com quem mantém uma relação pessoal.

Para vários membros da oposição, a nomeação foi vista como uma "provocação", noticiou a agência EFE.

Por sua vez, a missão da Organização dos Estados Americanos (OEA) que visitou o Peru esta semana para analisar a crise política, voltou a instar esta sexta-feira os atores políticos e civis do país "a iniciarem um processo de diálogo inclusivo" para preservar a democracia e paz social.

A missão acrescentou que "já está a trabalhar para entregar o relatório ao Conselho Permanente da OEA com detalhes das conclusões o mais rápido possível", depois de se ter reunido com os líderes das três potências , de organizações da sociedade civil, empresários e trabalhadores, bem como da Igreja Católica.

Depois da indicação pelo chefe de Estado, Chavez terá de comparecer perante o Congresso (Parlamento) dentro de 30 dias, para pedir um voto de confiança para que possa assumir oficialmente o cargo.

A Constituição peruana estabelece que, se o Congresso rejeitar uma moção de confiança, o Presidente deve reformar o seu gabinete de ministros e, caso se repetia uma segunda vez, o chefe de Estado tem o poder de dissolver o Parlamento e convocar imediatamente novas eleições legislativas.

Caso o voto de confiança seja rejeitado, Castillo pode considerar legal avançar para novas eleições, posição que vários deputados rejeitam.

Na madrugada de sexta-feira, o Presidente peruano anunciou que aceitava a renúncia de Anibal Torres e preparava a nomeação de um novo Governo, numa mensagem transmitida na televisão pública.

Poucas horas antes do anúncio da demissão do primeiro-ministro, o presidente do Parlamento, José Williams, tinha anunciado a sua "recusa categórica" a conceder o voto de confiança solicitado pelo primeiro-ministro de esquerda, um advogado de 79 anos.

A renúncia de Torres surgiu após um novo confronto entre o Executivo de esquerda e o Parlamento dominado pela direita.

Pedro Castillo, no poder desde julho de 2021, já enfrentou duas tentativas de 'impeachment' no Parlamento e é alvo de seis investigações por alegada corrupção, das quais também são acusados a sua família e políticos à sua volta.

O governante denuncia uma campanha política e goza atualmente de imunidade até ao final do seu mandato, em julho de 2026.

Poucas horas depois da nomeação da nova primeira-ministra, a vice-Presidente do Peru, Dina Boluarte, anunciou que não fará parte do próximo Governo de Pedro Castillo.

"Tomei a decisão de não continuar no próximo gabinete ministerial. Após profunda reflexão, não tenho dúvidas de que a atual polarização prejudica a todos, principalmente ao cidadão comum que procura sair da crise política e económica", destacou Boluarte, que não deixará de ser vice-Presidente, numa publicação na rede social Twitter.

Desde 24 de outubro que Boluarte foi incluída numa investigação fiscal iniciada pelo alegado financiamento ilícito do partido Peru Libre, que levou Castillo ao poder, para pagar as campanhas eleitorais de vários dos seus membros.

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