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Unidades blindadas avançam em direção às regiões curdas no Irão

Unidades blindadas e forças especiais da Guarda Revolucionária do Irão foram enviadas para as regiões curdas do país, palco de recentes escaramuças envolvendo fações armadas da oposição, anunciou hoje o comandante das forças terrestres das forças iranianas.

Unidades blindadas avançam em direção às regiões curdas no Irão
Notícias ao Minuto

11:50 - 25/11/22 por Lusa

Mundo Irão

"Neste momento, unidades blindadas e forças especiais do exército da Guarda Revolucionária estão a partir para as fronteiras oeste e noroeste do país. Este movimento de forças terrestres visa reforçar as unidades localizadas na fronteira e impedir a infiltração de grupos terroristas filiados em organizações separatistas que operam no norte do Iraque", disse o general Mohammad Pakpour à agência noticiosa local Tasnim.

Terça-feira, o general Pakpour "aconselhou" os residentes das "áreas adjacentes às bases dos grupos terroristas" a abandonarem-nas para não serem feridos durante as operações da Guarda Revolucionária, o exército ideológico iraniano.

Desde domingo, e por duas vezes, a Guarda Revolucionária alvejou com mísseis e 'drones' (aparelhos voadores não tripulados) suicidas bases de vários grupos armados da oposição curda iraniana, estabelecidos há décadas no Curdistão iraquiano.

Teerão tem defendido que os ataques de que tem sido alvo são realizados por "grupos infiltrados do Iraque", acusando-os também de estarem a encorajar as manifestações que estão a abalar o Irão desde que, a 16 de setembro, foi conhecida a morte da jovem curda Mahsa Amini, de 22 anos, que fora detida pela polícia da moralidade iraniana por alegado uso incorreto do 'hijab', o véu islâmico.

Quinta-feira, numa carta enviada ao Conselho de Segurança da ONU, Teerão justificou os bombardeamentos no Curdistão iraquiano alegando que "não tem outra opção" para se proteger os "grupos terroristas".

No mesmo dia, o Conselho de Direitos Humanos da ONU a criação de uma missão de inquérito independente para "recolher e analisar provas" de violações dos direitos humanos na repressão, que já causou mais de 300 mortos, incluindo 40 crianças, e quase 15 mil detidos.

A resolução que inclui este novo mecanismo de investigação foi aprovada com 25 votos a favor, 16 abstenções e seis contra, incluindo a China, que tinha tentado, em vão, que o texto que aludia à criação da missão fosse retirado.

Já hoje, Teerão disse que não reconhece a missão independente aprovada pela ONU para investigar possíveis violações das liberdades fundamentais nos protestos desencadeados após a morte de Mahsa Amini.

"A República Islâmica do Irão considera a formação de qualquer mecanismo para examinar os acontecimentos dos últimos dois meses no Irão desnecessária e uma violação da soberania nacional e não reconhece a missão estabelecida para este fim", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros iraniano.

O Irão condenou e rejeitou a resolução "imposta por alguns países ocidentais ao Conselho dos Direitos Humanos da ONU" e defendeu as ações face às manifestações que exigiam o fim da República Islâmica.

Nos dias seguintes à morte de Mahsa Amini, os protestos contra o uso da força no Irão foram dando lugar a manifestações de apoio às mulheres, cada vez maiores e em mais cidades, e foram-se estendendo às denúncias de atuação da Guarda Revolucionária iraniana.

As autoridades responderam com uma forte repressão policial, nos quais pelo menos 342 pessoas foram mortas, de acordo com a organização não-governamental Iran Human Rights, com sede em Oslo.

Além disso, mais de 15 mil pessoas foram detidas nas manifestações, das quais pelo menos duas mil acusadas de vários delitos pela participação nos protestos.

Até agora, seis dos acusados foram condenados à morte.

O Governo iraniano acusou os Estados Unidos, Israel e países europeus de tentarem provocar uma guerra civil a fim de desintegrar o país persa.

Teerão também aponta o dedo a países europeus como a Alemanha, cuja embaixada está alegadamente no centro da conspiração, segundo alguns meios de comunicação locais, e a França, acusada de enviar espiões para fomentar os protestos.

Leia Também: Irão não reconhece missão independente aprovada pela ONU para protestos

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