Procurador do TPI quer processar fugitivo ugandês Joseph Kony
O procurador do Tribunal Penal Internacional (TPI) disse hoje que pediu aos juízes a confirmação das acusações contra o fundador do movimento rebelde Exército de Resistência do Senhor do Uganda, Joseph Kony, em fuga há mais de 17 anos.
© Reuters
Mundo Joseph Kony
"O Sr. Kony tem procurado escapar à justiça deste tribunal há mais de 17 anos", disse o procurador do TPI, Karim Khan, numa declaração, acrescentando que esta era a primeira vez que o seu gabinete tinha solicitado uma confirmação da audiência de acusação na ausência de um suspeito.
Em 2005 foi emitido um mandado de captura para Joseph Kony, fundador e líder do Exército de Resistência do Senhor, sobre 33 acusações de crimes de guerra e crimes contra a humanidade, incluindo homicídio, tratamento cruel, escravidão, violação e ataques contra uma população civil.
"Creio ser agora apropriado e necessário avançar com o processo contra ele na medida do permitido pelas disposições do Estatuto de Roma", disse o procurador, que acrescentou que o seu gabinete "intensificará os seus esforços para assegurar a detenção do Sr. Kony, que continua a ser o suspeito fugitivo mais procurado do TPI".
Khan afirmou, ainda, que a "confirmação das acusações na ausência do Sr. Kony e a sua detenção" vão abrir "caminho para a organização do seu julgamento o mais depressa possível".
Fundado no Uganda na década de 1980 pelo antigo menino do coro Joseph Kony, para estabelecer um regime dos dez mandamentos, o Exército de Resistência do Senhor (LRA) aterrorizou várias áreas da África Central durante 30 anos, raptando crianças, mutilando civis em grande escala e escravizando mulheres.
O LRA é responsável pela morte de mais de 100.000 pessoas e pelo rapto de 60.000 crianças, transformando rapazes em soldados e raparigas em escravas sexuais.
Expulso do Uganda, espalhou-se pelas florestas da República Democrática do Congo (RDCongo), República Centro-Africana, Sudão do Sul e Sudão e, perseguidos, as poucas centenas de membros restantes parecem mal sobreviver.
O TPI não pode julgar um suspeito na sua ausência, mas pode realizar uma audiência de confirmação na sua ausência, de acordo com Karim Khan.
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