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Matou violador dos filhos, mas não acabou com os "pesadelos"

Jovens deram entrevista à BBC, durante a qual contaram como foi viver com o crime e prisão da mãe, enquanto eram ainda crianças.

Matou violador dos filhos, mas não acabou com os "pesadelos"
Notícias ao Minuto

11:31 - 24/11/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Pedofilia

Há oito anos, Sarah Sands matou à facada o violador dos seus filhos, que já tinha sido anteriormente condenado por abusar sexualmente de menores.

Numa noite de outono de 2014, a britânica saiu de casa, em Londres, com um capuz na cabeça e armada com uma faca. Caminhou até ao bloco de apartamentos vizinho e dirigiu-se a casa de Michael Pleasted, de 77 anos. Quando o encontrou, esfaqueou-o oito vezes. Um "ataque determinado e sustentado", como foi, segundo a BBC, descrito em tribunal. O idoso, que estava novamente a ser acusado de violar crianças, acabou por sangrar até à morte.

Agora, quase uma década depois, já com a mãe em liberdade, os três filhos de Sarah decidiram dar uma entrevista à BBC News onde revelam como foi difícil crescer com Sarah na prisão.

Na altura do homicídio, Bradley tinha 12 anos e os irmãos gémeos, Alfie e Reece, 11. Hoje, são jovens adultos e dão a cara para defender a mãe.

"Isso fez-nos sentir mais seguros […] Deu-nos uma sensação de segurança porque já podíamos sair à rua sem pensar que ele estava no virar da esquina", disse Alfie, atualmente com 19 anos, acrescentando, contudo, que o homicídio "não fez com que deixasse de ter pesadelos".

Por sua vez, Reece, também de 19 anos, garantiu que foi "bom saber que ele estava morto", mas sublinhou que o crime da mãe fez com que esta passasse vários anos longe deles, deixando-os tristes e angustiados. "Muitas vezes acordávamos a chorar a perguntar onde é que a nossa mãe estava", confessou.

Durante a entrevista os filhos revelaram que chegaram a sentir "raiva" da mãe, que só viam uma vez por mês, nas visitas à prisão. Em casa da avó tinham "falta de privacidade" porque viviam lá muitas pessoas. Apesar disso, a relação com Sarah parece já ter sido reconstruída.

Já a britânica garante que sente remorsos pelo que fez, mas na altura não viu outra saída. Quando se mudou com os filhos para Silvertown, meses antes do homicídio, tornou-se amiga de Michael Pleasted, que tinha um quiosque de jornais e revistas.

"Achei que ele era um velho adorável […]. Cozinhava para ele, cuidava dele e fazia-lhe companhia sempre que podia", contou Sarah.

Com o avançar da confiança, Michael perguntou a Bradley se o queria ajudar no quiosque. Mais tarde, convidou também os irmãos gémeos. Os três começaram a frequentar igualmente a sua casa.

Sarah nem desconfiava do que se estava a passar, até que, uma noite, os gémeos revelaram-lhe que o idoso os tinha agredido sexualmente. Uma semana depois, o filho mais velho disse-lhe o mesmo.

Michael foi detido e acusado do crime mas, enquanto aguardava julgamento, o juiz deu-lhe autorização para regressar a casa. Ao saber disto, Sarah pegou nos filhos e levou-os para casa da mãe.

Uns dias depois, desiludida com a decisão do magistrado, Sarah dirigiu-se ao apartamento de Michael com o objetivo, garantiu à BBC, de o convencer a declarar-se culpado.

Já em casa do idoso, percebeu que tinha cometido um enorme erro. "Ele não estava arrependido. Acusou os meus filhos de mentirem. Foi aí que o mundo congelou. Eu tinha uma faca na mão esquerda, ele tentou agarrá-la e… aconteceu", revelou, acrescentando que "não tinha intenções de o matar".

Algumas horas depois, Sarah entregou-se na esquadra da polícia. Posteriormente, foi condenada por homicídio e condenada a sete anos e meio de pena efetiva. Quatro anos depois, saiu em liberdade, com a consciência de que fez "justiça pelas próprias mãos" e que teve de ser condenada por isso.

Durante o processo judicial, descobriu-se que Michael Pleasted tinha mudado de nome. O seu verdadeiro nome era Robin Moult e era um pedófilo já condenado 24 vezes por crimes sexuais contra menores, ao longo de três décadas. Ninguém em Silvertown sabia ou desconfiava do seu passado.

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