"A hora de acertar as contas chegou! Os bastardos serão responsabilizados pelos seus ataques traiçoeiros", pode ler-se na conta oficial da rede social Twitter do Ministério da Defesa, referindo-se ao atentado de domingo passado em Istambul.
"Os ninhos de terror estão a ser arrasados por ataques de precisão", acrescenta-se noutra mensagem no Twitter, publicada com um vídeo mostrando a definição de um alvo seguido de uma explosão, mais uma vez sem especificar onde ocorreu o ataque.
O Ministério não deu pormenores da operação, que parecia estar a decorrer no sábado à noite, mas as forças curdas anunciaram "bombardeamentos aéreos do exército turco" contra a localidade de Kobane, a nordeste da Síria, e contra duas outras aldeias.
"Kobane, a cidade que derrotou o Estado islâmico, é alvo de bombardeamentos pela força aérea de ocupação turca", anunciou Farhad Shami, um porta-voz das Forças Democráticas Sírias (FDS, uma coligação armada dominada pelos curdos), que já tinha negado qualquer ligação com o ataque de dia 13 em Istambul.
O Observatório Sírio para os Direitos Humanos também disse no sábado ao fim da noite que os ataques turcos a várias posições no norte e nordeste da Síria mataram pelo menos seis membros das FDS, além de seis soldados pró-regime.
Os bombardeamentos turcos atingiram locais das FDS na província de Aleppo, no norte, e na província nordeste de Hassakeh, disse à AFP o diretor da organização, Rami Abdel Rahman.
Um ataque a 13 de novembro na movimentada rua comercial de Istiklal, no coração de Istambul, matou seis pessoas e feriu mais de 80.
As autoridades acusaram imediatamente o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) e os YPG (Unidades de Protecção Popular), uma milícia curda ativa na Síria, acusada pela Turquia de estar filiada no PKK.
O ministro do Interior, Suleyman Soylu, tinha acusado especificamente as forças curdas do YPG, que controlam a maior parte do nordeste da Síria, de serem responsáveis pelo ataque, dizendo "a ordem para o ataque foi dada de Kobane".
O Departamento de Estado norte-americano disse na sexta-feira que temia "uma possível ação militar da Turquia", advertindo os seus cidadãos para não viajarem para o norte da Síria e Iraque.
No sábado, as autoridades búlgaras anunciaram que foram acusados cinco suspeitos de envolvimento no ataque do passado domingo.
O ataque não foi reivindicado, mas a Turquia já deteve 17 pessoas, incluindo uma jovem de 23 anos acusada de ter colocado uma bomba num banco da Avenida Istiklal.
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