O presidente eleito do Brasil, Lula da Silva, fez uma comparação, esta quinta-feira, entre Jair Bolsonaro e Saddam Hussein, devido ao facto de o chefe de Estado cessante do Brasil não ter tido "coragem" de reconhecer a derrota nas eleições presidenciais.
Num discurso aos aliados, na sede do governo de transição, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBC), Lula da Silva acabou por criticar Bolsonaro, que ainda não lhe telefonou para lhe dar os parabéns.
"Bolsonaro não teve coragem de reconhecer derrota, como Saddam [Hussein] morreu sem ter coragem de reconhecer que o Iraque não tem armas químicas", disse, admitindo que teria sido "mais fácil" pegar no "telefone e ligar".
Note-se que uma das frases mais insólitas ditas por um dos apoiantes de Bolsonaro surgiu durante os protestos que bloquearam estradas no Brasil, com uma apoiante a dizer que a polícia havia sido "comprada pelo Saddam Hussein".
Um vídeo do momento rapidamente se tornou viral, uma vez que o antigo ditador do Iraque morreu em 2006. Ainda assim, nada indica que a comparação hoje feita por Lula da Silva tenha tido origem nesse momento.
O presidente eleito do Brasil comentou ainda o relatório apresentado pelo Ministério da Defesa brasileiro sobre o sistema eleitoral, que não aponta qualquer fraude. "Não diz nada, absolutamente nada daquilo que ele tanto acusou, disse.
Lula da Silva considerou depois "humilhante" e "deplorável" o relatório em causa. "O presidente da República não tinha o direito de envolver as forças armadas para investigar urnas eletrónicas", rematou.
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