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Lutas renhidas por lugares no Senado que podem travar "onda vermelha"

Com os votos a serem contados em quase todo os estados nas eleições intercalares norte-americanas, as projeções confirmam um avanço Republicano -- ou "onda vermelha", cor do partido -- que pode esbarrar nalgumas corridas decisivas para o Senado.

Lutas renhidas por lugares no Senado que podem travar "onda vermelha"
Notícias ao Minuto

05:22 - 09/11/22 por Lusa

Mundo Midterms

Os Republicanos lideram a conquista de lugares no Senado com 11 mandatos, face aos cinco senadores assegurados pelos Democratas, segundo as mais recentes projeções da Associated Press (AP).

Já nas projeções para a Câmara dos Representantes, os Republicanos asseguraram 84 mandatos, face aos 47 assegurados pelos Democratas, numa altura em que apenas três estados não iniciaram ainda a contagem.

Nas eleições para governadores, os Republicanos já asseguraram 10 lugares, enquanto os Democratas têm cinco governadores, segundo a AP.

A 'chave' para uma vitória total -- ou parcial -- Republicana no Congresso serão pelo menos seis corridas altamente disputadas -- New Hampshire, Pensilvânia, Ohio, Geórgia, Colorado e Carolina do Norte -- cujos resultados poderão ser conhecidos apenas nos próximos dias e inclusivamente ser alvo de disputas judiciais.

O resultado destas e outras corridas irá decidir se o Presidente Joe Biden poderá continuar a contar com a maioria no Senado, com todas as projeções a darem como perdida a câmara baixa do Congresso.

Prenúncio do que poderá ser uma disputa intensa em eleições que se decidem por centenas ou milhares de votos, Donald Trump Jr., filho do ex-presidente, e outros importantes republicanos, apelaram durante o dia aos eleitores no Estado do Arizona que não abandonem os locais de votação, depois de problemas técnicos em máquinas de apuramento de votos.

Estas máquinas em algumas mesas de voto no condado de Maricopa, Arizona, apresentaram deficiências que obrigaram a uma solução de recurso, para evitar adiamentos de resultados.

Certo para já é que os Democratas conseguiram repelir Republicanos apoiados pelo ex-presidente Donald Trump em vários estados "fortaleza", como Massachusetts, Maryland e Illinois.

Estes estados tendencialmente liberais elegeram governadores Republicanos moderados no passado, mas os candidatos deste ano eram de pendor fortemente conservador e os Democratas acabaram por alcançar vitórias tranquilas, apesar das dificuldades a nível nacional.

Sondagens divulgadas durante a noite pela Associated Press (AP) e CNN mostram que os eleitores norte-americanos estão profundamente desagradados com a situação atual do país, demonstrando preocupação com a alta inflação e desaprovam a governação de Joe Biden.

Segundo a sondagem da estação CNN, 39% dos eleitores nestas intercalares estão insatisfeitos com o rumo do país, 34% sentem 'raiva', apenas 20% estão satisfeitos e 5% entusiasmados.

Quanto à opinião sobre o papel de Joe Biden enquanto Presidente norte-americano, 54% desaprova a sua governação e apenas 18% votaram em apoio ao Democrata, face aos 32% que votaram contra e 48% que referiram que Biden não foi um fator para o seu voto.

Por fim, 46% dos inquiridos disseram que as políticas de Biden tiveram um efeito nefasto no país, face aos 36% que referiram que as medidas tomadas ajudaram os EUA e 16% que disseram que não fizeram diferença.

Na sondagem da cadeia NBC, com as mesmas percentagens na avaliação das políticas, 45% aprovam o desempenho de Joe Biden, a mesma percentagem registada nas intercalares de 2018 para o então Presidente, Donald Trump, mas enquanto 31% declaravam estar fortemente a favor do Republicano, apenas 19% o expressou hoje em relação a Biden.

Das eleições de hoje saíram já a inédita eleição de um governador afro-americano no estado de Maryland -- o Democrata Wes Moore.

Moore, de 44 anos, derrotou o rival republicano Dan Cox, que recebeu o apoio do ex-presidente dos EUA, Donald Trump. Desta forma, o estado de Maryland passou para as mãos do Partido Democrata, uma vez que anteriormente era governado pelo republicano Larry Hogan.

Na Florida, o Democrata Maxwell Alejandro Frost derrotou o republicano Calvin Wimbish por um assento na Câmara dos EUA na Flórida, tornando-o aos 25 anos o primeiro membro da 'Geração Z' a conquistar um assento no Congresso.

História fez também a procuradora-geral Democrata Maura Healey, eleita governadora de Massachusetts, a primeira abertamente homossexual a ocupar o cargo.

Healey derrotou o republicano Geoff Diehl, um ex-deputado estadual que tinha o apoio do ex-presidente Donald Trump.

As eleições intercalares determinarão qual o partido que controlará o Congresso nos dois últimos anos do mandato do Presidente Joe Biden, estando também em jogo 36 governos estaduais e vários referendos estaduais a medidas sobre questões-chave, incluindo aborto e drogas leves.

Em disputa estão todos os 435 lugares na Câmara dos Representantes, onde os democratas atualmente têm uma estreita maioria de cinco assentos, e ainda 35 lugares no Senado, onde os democratas têm uma maioria apenas graças ao voto de desempate da vice-presidente Kamala Harris.

As eleições podem não apenas mudar a cara do Congresso norte-americano, mas também levar ao poder governadores e autoridades locais totalmente comprometidos com as ideias do antigo presidente Donald Trump. Uma derrota muito pesada nestas próximas eleições pode complicar ainda mais o cenário de um segundo mandato presidencial para Joe Biden.

Leia Também: AO MINUTO: Luta renhida na Geórgia; Democratas com esperança no Senado

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