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Etiópia? Vinte milhões de pessoas precisam "desesperadamente de ajuda"

Vinte milhões de pessoas "necessitam desesperadamente de ajuda humanitária e sanitária", 15 milhões das quais estão nas regiões do norte afetadas pelo conflito em Tigray, alertaram hoje os representantes da Organização Mundial da Saúde (OMS).

Etiópia? Vinte milhões de pessoas precisam "desesperadamente de ajuda"

© EDUARDO SOTERAS/AFP via Getty Images

Lusa
28/10/2022 10:51 ‧ há 2 anos por Lusa

O conflito é agravado por surtos de cólera e sarampo, com 273 e 6.000 casos confirmados, respetivamente, e problemas de desnutrição que afetam uma em cada cinco crianças com menos de 5 anos de idade no Tigray, disse o diretor de Intervenções de Emergência da OMS, Altaf Musani, numa conferência de imprensa.

A diretora de Operações da OMS na Etiópia, Ilham Abdelhai Nour, acrescentou que apesar de 5,2 milhões de pessoas em Tigray precisarem de assistência humanitária, a organização não teve acesso à região do conflito durante as últimas seis semanas.

"Antes disso, entre março e agosto, durante a trégua humanitária, pudemos enviar alguma ajuda, embora uma pequena quantidade", disse, observando que nas regiões onde os casos de malária aumentaram 80%, tiveram de suspender os seus programas de assistência.

A OMS também teve de limitar os seus programas de vacinação contra a covid-19 à capital do Tigray, Mekele, disse a diretora, que sublinhou que apenas 10% das crianças podem participar em programas de imunização naquela região.

As duas regiões da Etiópia vizinhas do norte de Tigray, Afar e Ahmara, também apresentaram problemas humanitários, disse Nour, acrescentando que estas áreas têm grandes populações de pessoas deslocadas onde as taxas de desnutrição chegam a atingir 40% em crianças menores de 5 anos.

Em Tigray, o nível de insegurança alimentar atinge 89% da população total, segundo dados do Programa Alimentar Mundial das Nações Unidas (PAM).

O conflito no Tigray começou no início de novembro de 2020 quando o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, enviou o exército federal, apoiado por forças regionais de Amhara e do exército da Eritreia, para desalojar as autoridades rebeldes da região, a Frente de Libertação do Povo Tigray (TPLF, na sigla em inglês).

A TPLF dominou a coligação governante da Etiópia durante décadas antes de Abiy chegar ao poder, em 2018, e tê-los expulsado.

Após cinco meses de tréguas humanitárias, os combates foram retomados em 24 de agosto.

O Tigray está isolado do resto do país e privado de eletricidade, redes de telecomunicações, serviços bancários e combustível. A entrada de ajuda humanitária por via rodoviária e aérea também tem sido interrompida desde que os combates foram retomados.

O resultado do conflito, que se desenrola em grande parte fora dos olhares mediáticos, é desconhecido. A embaixadora dos EUA na Organização das Nações Unidas (ONU), Linda Thomas-Greenfield, estimou que em dois anos "morreram até meio milhão de pessoas".

A imprensa não tem acesso ao norte da Etiópia e as comunicações operam de forma desordenada na região, impossibilitando qualquer verificação independente das informações.

Leia Também: Amnistia Internacional denuncia crimes e admite "genocídio" no Tigray

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