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"Ataque brutal". Rushdie sem visão num olho e com uma mão incapacitada

O agente literário do escritor revelou a extensão do ataque de que Salman Rushdie foi alvo, que classificou como "brutal".

"Ataque brutal". Rushdie sem visão num olho e com uma mão incapacitada
Notícias ao Minuto

17:09 - 23/10/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Salman Rushdie

Volvidos cerca de dois meses desde o atentado à vida do escritor Salman Rushdie, a 12 de agosto, o seu agente literário, Andrew Wylie, revelou que o britânico perdeu a visão num olho, e deixou de conseguir usar uma das mãos.

“[Os seus ferimentos] foram profundos, mas [também] perdeu a visão num olho… Sofreu três ferimentos graves no pescoço. Uma das mãos está incapacitada, porque os nervos do braço foram cortados”, avançou, em entrevista ao diário espanhol El País.

Segundo Wylie, que gere a carreira literária de nomes como Milan Kundera, Susan Sontag, Antonio Muñoz Molina, Art Spiegelman, Yasmina Reza, entre muitos outros, Rushdie ficou com outras 15 ferimentos no peito e no torso, naquilo que descreveu como “um ataque brutal.”

O agente escusou-se a dar qualquer tipo de informação sobre o paradeiro do escritor, adiantando, contudo, que “vai viver… E isso é o mais importante.”

Além disso, Wylie indicou que um potencial ataque já teria sido tópico de discussão com Rushdie, concluindo que o principal perigo que o britânico de 75 anos corria era, precisamente, que alguém “aleatório aparecesse e o atacasse”.

“Por isso, não nos podemos proteger contra isso, porque é totalmente inesperado e ilógico. Foi como o assassinato de John Lennon”, considerou.

Ameaçado de morte desde uma 'fatwa' iraniana de 1989, um ano após a publicação de ‘Os Versículos Satânicos’, Salman Rushdie foi esfaqueado dez vezes no pescoço e no abdómen, durante um evento literário público em Chautauqua, no estado norte-americano de Nova Iorque, depois de ter vivido vários anos em reclusão. O ataque chocou o Ocidente, mas foi bem recebido por extremistas no Irão e no Paquistão.

O autor do atentado, Hadi Matar, de 24 anos, confessou-se inocente às acusações iniciais de tentativa de homicídio de segundo grau e de agressão de segundo grau com intenções de causar danos corporais com uma arma mortífera.

Na verdade, ao jornal ‘The New York Post’ Matar disse que não gostava de Rushdie por ter "atacado o Islão", mas negou ter estado em contacto com o Irão ou de ter lido na totalidade o livro ‘Os Versículos Satânicos’.

Matar enfrenta uma pena máxima de 25 anos de prisão, permanecendo em prisão preventiva até à conclusão do processo.

Leia Também: Agressor de Salman Rushdie declara-se inocente de tentativa de homicídio

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