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Como começou a guerra na Ucrânia? A explicação na ótica de Berlusconi

Berlusconi partilhou a sua opinião de como começou a guerra na Ucrânia. Diz que Putin, "contra qualquer iniciativa", teve de "inventar uma operação militar" para fazer face aos ataques de Zelensky no Donbass, após pedido de ajuda das autoproclamadas repúblicas de Donetsk e Lugansk.

Como começou a guerra na Ucrânia? A explicação na ótica de Berlusconi

O ex-primeiro-ministro de Itália, Silvio Berlusconi, partilhou, na terça-feira, a sua visão de como a guerra na Ucrânia eclodiu e acusou o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, de ter “triplicado” os ataques no Donbass quando assumiu a liderança do país, em 2019.

Num novo áudio divulgado, esta quarta-feira, pela agência de notícias La Presse, Berlusconi, que negoceia a formação do novo governo de Itália, afirmou ainda que “não há líderes” no mundo ocidental e que Volodymyr Zelensky e o seu homólogo russo, Vladimir Putin, não podem mediar o conflito porque “já não há caminho possível”.

“Vocês sabem como é que a coisa da Rússia aconteceu? Peço-vos a maior confidencialidade”, começou por afirmar o político, numa cerimónia à porta fechada com militantes do Força Itália.

“Foi assim: em 2014, em Minsk, Bielorrússia, foi assinado um acordo entre a Ucrânia e as duas repúblicas recém-formadas do Donbass para um acordo de paz sem que ninguém atacasse o outro”, explicou, referindo-se aos acordos de Minsk, assinados por representantes da Ucrânia, da Rússia e das regiões separatistas de Donetsk e Lugansk, sob a mediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE).

Berlusconi acusou a Ucrânia de ter violado os acordos “um ano depois” e de ter “começado a atacar as fronteiras duas repúblicas”, que, segundo informações suas, terá provocado “5, 6, 7 mil mortos”. 

O caso agrava-se em 2019, após Zelensky assumir a presidência da Ucrânia. “Zelensky chega, triplica os ataques às duas repúblicas. Desesperadas, as duas repúblicas enviam uma delegação a Moscovo e finalmente conseguem conversar com Putin”, diz Berlusconi. 

As repúblicas terão pedido ajuda a Putin: “Vladimir, não sabemos o que fazer. Defenda-nos”. No entanto, o presidente russo é “contra qualquer iniciativa” e “resiste” porque “está sob pressão de toda a Rússia”. Até que decide “inventar uma operação especial”.

O objetivo das tropas russas era “chegar numa semana a Kyiv, derrubar o governo, Zelensky, etc” e “colocar um governo já escolhido pela minoria ucraniana de pessoas de bom senso”. 

Mas Putin “entrou na Ucrânia e viu-se perante uma situação inesperada e imprevisível de resistência por parte dos ucranianos, que começaram a receber dinheiro e armas do Ocidente ao terceiro dia”. 

Com a ajuda do Ocidente, a guerra na Ucrânia “em vez de ser uma operação de duas semanas, tornou-se uma guerra de duzentos anos e meio”

O ex-primeiro-ministro italiano considerou que “não vê forma de Putin e Zelensky conseguirem mediar” o conflito porque “não há caminho possível”. “O Zelensky na minha opinião… esqueçam, não posso dizer”, atirou. 

Berlusconi falou ainda numa “situação perigosa” causada pela falta de liderança nos Estados Unidos da América (EUA) e na Europa. “O que é outro risco, outro perigo que todos nós temos: hoje, infelizmente, no mundo ocidental, não há líderes, não há na Europa e nos Estados Unidos da América”, disse.

E acrescentou: “Posso fazer-vos sorrir? O único líder real sou eu”.

Na terça-feira, a agência La Presse divulgou outro áudio gravado na mesma cerimónia, em que Berlusconi afirmou que retomou a sua amizade com Putin. “Depois de muito tempo, retomei um pouco as relações com o presidente Putin, que no meu aniversário [29 de setembro] me enviou 20 garrafas de vodka e uma carta muito gentil. Retorqui com garrafas de [vinho] Lambrusco e um menu igualmente suave", afirmou

O seu partido político negou as declarações, alegando que é "uma velha história contada aos seus militantes sobre um episódio de há muitos anos".

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