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Ministério italiano retira retrato de Mussolini de exposição comemorativa

O Ministério do Desenvolvimento Económico de Itália anunciou hoje a remoção de um retrato do ditador fascista Benito Mussolini de uma exposição comemorativa do 90.º aniversário da sua sede, para "evitar controvérsia".

Ministério italiano retira retrato de Mussolini de exposição comemorativa
Notícias ao Minuto

22:17 - 18/10/22 por Lusa

Mundo Itália

O Palácio Piacentini, sede do ministério, está localizado na Via Veneto, em Roma, e foi construído entre 1929 e 1932 por Marcello Piacentini, arquiteto ao serviço de Mussolini e uma referência na arquitetura racionalista.

Em comunicado, a organização explicou que em 30 de novembro passam 90 anos desde a abertura das portas do edifício e, para assinalar a data, "do ponto de vista cultural e histórico", foi montada uma exposição, publicado um livro e organizada a "galeria de ministros", na qual aparecem as figuras de todos os titulares, incluindo Mussolini.

O Palazzo Piacentini, antes de ser a sede do Ministério do Desenvolvimento Económico, acolheu o Ministério das Empresas, do qual o ditador foi o primeiro ministro.

Os organizadores do evento anunciaram hoje que, "para evitar controvérsia e instrumentalização, a foto de Mussolini será retirada", mas recordaram que no Palazzo Chigi, sede da presidência do Governo, existe uma outra imagem de Mussolini, porque o ditador foi primeiro-ministro do Reino de Itália, entre 1922 e 1943.

A controvérsia aumentou quando o antigo secretário do progressista Partido Democrata, Pier Luigi Bersani, antigo membro do agora extinto Partido Comunista, contestou no Twitter a presença do retrato na exposição.

"Recebi a notícia de que fotografias de todos os ministros, incluindo Mussolini, foram expostas no Ministério do Desenvolvimento Económico. Se isto for confirmado, peço que a minha fotografia seja retirada", disse Bersani, responsável pela tutela entre 2006 e 2008.

O dia 28 de outubro marca o primeiro centenário da Marcha em Roma, uma manifestação organizada pelo Partido Fascista, que três dias depois culminou com o início do Governo de Mussolini e iniciou a desintegração progressiva do sistema democrático e o estabelecimento da ditadura em Itália.

Nas eleições legislativas de 25 de setembro, o partido de extrema-direita Irmãos de Itália foi quem conquistou a maioria dos votos.

A primeira decisão da líder do partido nacionalista, Giorgia Meloni, foi escolher para presidente do Senado Ignazio Benito La Russa, conhecido saudosista do período fascista.

La Russa interveio no debate sobre o retrato de Mussolini, perguntando se a Itália deve "cair na cultura do cancelamento".

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