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Timor. Organização da resistência pede apoio a combate a crime organizado

Os elementos da antiga organização juvenil da resistência timorense apelaram hoje ao Governo e aos partidos políticos para darem o seu apoio máximo à linha da frente do combate ao crime organizado, na sequência de um caso que está a ser investigado.

Timor. Organização da resistência pede apoio a combate a crime organizado
Notícias ao Minuto

09:22 - 13/10/22 por Lusa

Mundo Timor

Numa conferência de imprensa em Díli a organização Renetil declarou igualmente o seu apoio total às entidades policiais e judiciárias, apelando a todas as partes envolvidas no caso que colaborem com a investigação.

A organização apelou igualmente ao primeiro-ministro, Taur Matan Ruak, para que tome "medidas adequadas" para averiguar se houve ou não tentativas de interferência de membros do seu Governo no processo de investigação do caso.

Em causa estão suspeitas, veiculadas pela imprensa timorense, de alegada intervenção de membros do seu Governo no processo relacionado com a apreensão na semana passada de 130 mil dólares (134 mil euros) e de 40 milhões de rupias indonésias (2.680 euros) que estavam a ser transportadas para fora do país.

Fonte policial disse à Lusa que os três cidadãos timorenses que transportavam o dinheiro estarão ligados a José Naimori, presidente do Kmanek Haburas Unidade Nacional Timor Oan (KHUNTO), um dos três partidos do Governo, com fonte partidária a explicar que os fundos se destinavam a comprar material partidário.

Fontes aeroportuárias explicaram que depois da deteção do dinheiro, o próprio Naimori se deslocou ao aeroporto para tentar reaver o dinheiro, tendo-se dirigido também ao aeroporto pelo menos dois membros do Governo, ambos do KHUNTO.

Os fundos foram confiscados pelas autoridades policiais, dos serviços de inteligência e de investigação criminal, já que estavam acima do que pode ser transportado para o estrangeiro sem declaração expressa do Banco Central de Timor-Leste (BCTL).

Tanto o dinheiro como outra informação recolhida pela Polícia Científica de Investigação Criminal (PCIC) foram já remetidas ao Ministério Público, confirmou hoje à Lusa fonte da força policial.

Questionado hoje sobre isso, o primeiro-ministro timorense disse que mantém a confiança em três membros do seu Governo que alegadamente terão feito pressão para afastar o responsável do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), afirmando que há que esperar investigações.

"Deixa as investigações correrem. Eu prefiro que as investigações corram. Com certeza mantenho confiança [nos membros do Governo]. Há um princípio de presunção de inocência e temos os tribunais para decidir", afirmou Taur Matan Ruak que é também ministro do Interior.

A polémica em torno ao caso aumentou, porém, depois de se terem tornado virais imagens videoamadoras de uma reunião em que participaram, entre outros, o próprio Naimori, os vice-ministros da Justiça, José Edmundo Caetano, e do Interior, António Armindo, e um investigador do Serviço Nacional de Inteligência (SNI), Gastão Piedade.

Nas últimas 48 horas, a imprensa timorense alega que o vice-ministro do Interior, Antonio Armindo, terá escrito ao comando da Polícia Nacional de Timor-Leste (PNTL) para demitir Gastão Piedade.

Questionado pela Lusa sobre essa notícia, Antonio Armindo negou que tenha escrito qualquer carta sobre esse assunto para a PNTL, referindo que afastar Gastão Piedade é competência do ministro do Interior, ou seja Taur Matan Ruak.

"Nego categoricamente ter escrito qualquer carta. Obviamente que há sempre cartas que são recebidas com referências a agentes ou à PNTL, enviadas por várias pessoas, até pela sociedade civil. Mas isso é tratado internamente", disse Armindo.

José Neves, porta-voz da Renetil e que leu o comunicado de imprensa da organização, apelou ainda à sociedade civil, organizações de massa, estudantes e restante cidadania para que manifeste o seu apoio a quem "está a trabalhar com integridade e sentido de Estado para defender os fundamentos do Estado de Timor-Leste".

A Renetil diz que o caso tem suscitado amplo debate na sociedade timorense e que o assunto é sério, fazendo parte dos esforços de prevenção e combate ao branqueamento de capital.

E sublinha que a sua posição apartidária visa apenas defender os princípios do Estado de Direito e a defesa de investigações claras sobre o assunto.

Leia Também: Taur Matan Ruak mantém confiança em membros do Governo

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