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Especialista adverte que África está "por sua conta" nas pandemias

O continente africano deve planear eficazmente e sem ajuda internacional uma resposta eficaz aos surtos de doenças, pois durante as pandemias África está "por sua conta", defendeu hoje um responsável internacional de saúde pública.

Especialista adverte que África está "por sua conta" nas pandemias
Notícias ao Minuto

12:13 - 12/10/22 por Lusa

Mundo Pandemias

Como a assistência muitas vezes nunca se materializa, as nações africanas devem colmatar lacunas na sua resposta a surtos, como o Ébola no Uganda, disse Ahmed Ogwell, chefe interino dos Centros Africanos de Controlo e Prevenção de Doenças.

"Este não é o primeiro surto da estirpe sudanesa do vírus Ébola aqui em África e particularmente no Uganda", disse, acrescentando: "Nós, infelizmente, neste momento não temos um diagnóstico rápido para esta estirpe em particular, nem vacinas".

Ogwell falava na capital ugandesa, Kampala, onde funcionários africanos da saúde pública e outros estão reunidos para planear a cooperação transfronteiriça em resposta ao Ébola.

O Uganda declarou um surto de Ébola no passado dia 20 de setembro.

Segundo os peritos, os 54 países africanos não receberam o apoio internacional adequado nas recentes crises sanitárias e tiveram dificuldade em obter vacinas contra a covid-19.

Ogwell lamentou o fracasso da comunidade internacional em ajudar os países africanos a melhorar a sua capacidade de testar a varíola dos macacos e controlar a sua propagação. Disse que não chegou ajuda a África, onde este ano foram reportadas mais mortes por varíola de macacos do que em qualquer outra parte do mundo.

"Recentemente, durante a pandemia, quando vimos o número de casos de varíola crescer aqui em África, emitimos um alerta global, mas nenhuma ajuda chegou", referiu.

E acrescentou: "De facto, hoje, ao vermos o fim da pandemia, ainda não há ajuda a chegar a África para a varíola dos macacos. Isto significa que precisamos de verificar a nossa realidade e, para nós, a realidade é que, quando uma crise de saúde pública é grande, como a pandemia, África está por sua conta".

O epicentro do surto de Ébola no Uganda é uma comunidade rural no centro do país onde os trabalhadores da saúde não foram rápidos a detetar a doença contagiosa que se manifesta como uma febre hemorrágica viral.

Embora o Ébola tenha começado a espalhar-se em agosto, os funcionários descreveram inicialmente uma "doença estranha" que matava pessoas. O Ébola infetou agora 54 pessoas e matou pelo menos 19, incluindo quatro profissionais de saúde. Uma das vítimas é um homem que procurou tratamento num hospital em Kampala e aí morreu.

O Ébola pode ser difícil de detetar no início porque a febre é também um sintoma de malária. A doença espalha-se através do contacto com fluidos corporais de uma pessoa infetada ou materiais contaminados. Os sintomas incluem febre, vómitos, diarreia, dores musculares e, por vezes, hemorragias internas e externas.

Não há vacina comprovada para a estirpe sudanesa do Ébola, mas estão em curso planos para testar uma possível vacina num pequeno grupo de ugandeses que tiveram contacto com doentes com Ébola.

"Uma vez que o Ébola é uma doença prioritária para África, a ausência de diagnósticos rápidos e a ausência de uma vacina significa que temos uma lacuna na forma como damos prioridade às nossas doenças e aos instrumentos de que precisamos para lhes dar resposta", observou Ogwell.

"Como África, temos agora de fazer as coisas de forma diferente, tendo em conta que durante a maior parte do tempo estaremos por nossa conta", reiterou.

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