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Amnistia lança campanha por direitos humanos junto a embaixada em Lisboa

A Amnistia Internacional anunciou hoje ter instalado três 'outdoors' perto da embaixada do Irão em Lisboa instando à proteção dos direitos humanos, após a repressão de protestos naquele país pela morte de uma jovem após agressão policial.

Amnistia lança campanha por direitos humanos junto a embaixada em Lisboa
Notícias ao Minuto

19:54 - 06/10/22 por Lusa

Mundo Irão

Os três cartazes gigantes colocados na rua Antão Gonçalves, na avenida da Ilha da Madeira e na rua Tristão Vaz destinam-se, segundo a secção portuguesa da organização internacional, a recordar a "necessidade de proteger os direitos humanos no Irão", depois de, a 13 de setembro, Mahsa Amini, uma jovem de 22 anos, ter sido detida em Teerão e violentamente agredida pela polícia dos costumes, ter sido transportada para o hospital em coma horas depois e ter morrido passados três dias.

De acordo com esta "polícia da moralidade", que vigia os comportamentos e a roupa das pessoas nos lugares públicos, garantindo que cumprem as regras da suposta moralidade imposta pelo governo islâmico (...), a jovem usava roupa de forma inadequada, porque o véu que trazia na cabeça deixava à vista um pouco de cabelo".

Esta iniciativa da Amnistia Internacional -- Portugal pretende "alertar para a repressão da liberdade de expressão e de reunião pacífica que se faz sentir no Irão, face às contínuas manifestações após a morte de Mahsa Amini", indica a organização em comunicado.

"Apesar de as manifestações refletirem a dimensão da revolta coletiva no país perante as leis abusivas da obrigatoriedade do uso do 'hijab' (véu), as autoridades iranianas têm atuado com violência e impunidade, recorrendo ao uso deliberado e ilegal de armas de fogo contra as corajosas pessoas que saem às ruas", sublinha a organização de defesa dos direitos humanos.

A AI precisa que "o comportamento abusivo das autoridades já provocou a morte de, pelo menos, 66 civis, entre os quais crianças" e que, "além das mortes, existem centenas de pessoas feridas, muitas com receio de procurar cuidados médicos devido ao risco de detenção".

A organização frisa que a atuação das forças de segurança do Irão constitui "uma violação diária dos direitos humanos das pessoas que utilizam a sua voz de forma audaz para reivindicar justiça, dignidade e liberdade em todo o país".

"Reprimir, perseguir e violentar alguém por causa da roupa que veste é ofender a sua liberdade pessoal, a sua liberdade de expressão. Da mesma forma que fazê-lo contra quem que se manifesta pacificamente é desrespeitar a sua liberdade de reunião e manifestação pacífica", ressalva Pedro A. Neto, diretor executivo da Amnistia Internacional -- Portugal.

Nos três cartazes gigantes instalados em Lisboa, a secção portuguesa da Amnistia Internacional recorda que "todas as pessoas, particularmente no Irão, devem beneficiar de liberdade para serem quem quiserem e se vestirem sem exigências e de acordo com uma escolha que é só sua".

"A utilização ou não utilização do véu deve ser uma decisão pessoal. No Irão, a Amnistia Internacional tem vindo a apelar para o respeito das liberdades de cada pessoa e das suas escolhas, referindo que é tempo de as leis discriminatórias serem verdadeiramente afastadas da sociedade iraniana", salienta Pedro A. Neto.

A organização defende que "é urgente que os vários Estados avancem com ações concretas e, no âmbito da sua ação nas Nações Unidas, nomeadamente no Conselho de Direitos Humanos, atuem para que cesse a impunidade aos graves crimes cometidos no Irão", pelo que a secção portuguesa "tem disponível uma petição para que cada pessoa possa agir e fazer a diferença na proteção e promoção dos direitos humanos no país".

Segundo a AI-Portugal, "todas as assinaturas serão enviadas ao ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, apelando para que Portugal influencie a criação de um mecanismo independente de investigação das Nações Unidas, para que, ao abrigo do Direito Internacional, seja feita uma investigação e criado um processo de responsabilização pelos crimes perpetrados no Irão".

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