Félicien Kabuga, de 87 anos, outrora um dos empresários mais ricos do Ruanda, está a ser julgado por utilizar a riqueza e redes para financiar o genocídio.
O massacre de motivações étnicas fez mais de 800.000 mortos, segundo as Nações Unidas, principalmente entre a minoria tutsi.
"Quando está no comando de uma instituição e os membros dessa instituição cometem erros, o líder é o primeiro responsável", disse uma testemunha, sem querer revelar a identidade.
Apesar das advertências do Ministério de Informação ruandês, "o RTLM não corrigiu nada, mas redobrou os seus esforços para espalhar a sua propaganda divisionista", referiu a testemunha que, à época, trabalhava no Ministério.
"A propaganda de ódio e divisão continuou a tal ponto que membros da população tutsi foram mortos em todo o país", acrescentou.
A acusação sustenta que Kabuga desempenhou um papel fundamental no genocídio, incluindo através do fornecimento de armas brancas e enquanto dirigente da Rádio Télévision Libre des Mille Collines (RTLM), que emitiu os apelos ao assassínio dos tutsis.
Félicien Kabuga, de 87 anos, participou esta quarta-feira na audiência de julgamento por videoconferência a partir do centro de detenção das Nações Unidas, em Haia (Países Baixos).
Preso em 2020 perto de Paris (França), após 25 anos foragido, Kabuga está acusado de genocídio, incitação direta e pública ao genocídio e crimes contra a humanidade, incluindo perseguição e extermínio.
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