Líder do Oath Keepers discutiu como pressionar Trump a lutar pelo poder
O líder do grupo extremista Oath Keepers discutiu como pressionar o ex-presidente norte-americano Donald Trump a ir mais longe para se manter no poder, segundo mensagens exibidas hoje num julgamento sobre o ataque ao Capitólio.
© Getty Images
Mundo Stewart Rhodes
Os procuradores usaram as mensagens e gravações de Stewart Rhodes - fundador do Oath Keepers - datadas de novembro de 2020 para tentar mostrar que o extremista trabalhava já há dois meses nos bastidores do ataque ocorrido em 6 de janeiro de 2021 para tentar impedir a transferência do poder presidencial.
Rhodes e quatro associados enfrentam acusações de conspiração sediciosa, com as autoridades a alegarem ter sido traçado um plano detalhado e prolongado para manter Biden fora da Casa Branca, incluindo colocar equipas armadas de prontidão fora de Washington.
Hoje foi o primeiro dia completo de depoimentos neste caso que deve durar várias semanas.
Os cinco acusados são as primeiras pessoas detidas no ataque de 6 de janeiro a serem julgadas por conspiração sediciosa - uma rara acusação da era da Guerra Civil que pode levá-los até 20 anos atrás das grades.
As apostas são altas para o Departamento de Justiça, que garantiu pela última vez uma condenação por conspiração sediciosa há quase 30 anos.
As mensagens hoje apresentadas foram reveladas durante o depoimento de um agente do FBI (polícia federal norte-americana) que investigava a insurreição.
Em várias mensagens enviadas em 07 de novembro de 2020 -- o dia em que a imprensa norte-americana anunciou a vitória de Biden -- Rhodes pressionou outros membros do grupo a recusarem-se a aceitar os resultados e a "dobrar o joelho" ao que classificou como um governo ilegítimo.
Numa das mensagens, Rhodes exortou os seus seguidores a "prepararem os seus equipamentos" e a estarem "prontos para lutar".
Em outra -- enviada a um grupo chamado "FOS" ou "Friends of Stone" que incluía o aliado de Trump Roger Stone -- Rhodes instou os seus companheiros do Oath Keepers a pensar nas maneiras como os primeiros norte-americanos resistiram aos britânicos.
"Estamos agora onde os fundadores estavam em março de 1775", escreveu ele, implorando que "acelerassem e pressionassem Trump a finalmente tomar uma ação decisiva".
"A defesa final somos nós e as nossas espingardas", escreveu Rhodes no grupo.
"Trump tem uma última chance, agora, de se levantar. Mas ele vai precisar de nós e das nossas armas também", acrescentou.
Na noite de 9 de novembro, Rhodes realizou uma teleconferência com mais de 100 dos seus seguidores para discutir o plano. Foi secretamente gravado por alguém, que enviou o conteúdo da reunião ao FBI.
Rhodes exortou o grupo a ir a Washington e deixar Trump saber que "as pessoas estão com ele", de acordo com uma gravação exposta no julgamento.
Expressou ainda esperança de que ativistas "antifa" (antifascistas) iniciassem confrontos, porque isso daria a Trump uma "razão e justificação para derrubar a Lei da Insurreição".
O fundador do grupo de extrema-direita disse que teriam alguns dos seus "melhores homens de reforço do lado de fora" -- ou "forças de reação rápida" que, segundo ele, estariam "a aguardar as ordens do Presidente".
Precisaria de ser dessa forma, porque isso lhe daria "cobertura legal", disse Rhodes na ligação.
O advogado de Rhodes procurou mostrar que os procuradores estão a escolher a dedo mensagens entre centenas de conversações no seu telefone.
O advogado de defesa Phillip Linder pressionou o agente do FBI a dizer se alguma vez viu Rhodes encorajar alguém a fazer algo ilegal.
"Tudo o que temos é uma linguagem bombástica", argumentou Linder.
Os advogados de Rhodes vão argumentar que o seu cliente não pode ser culpado de conspiração sediciosa porque todas as suas ações foram em antecipação às ordens que esperava de Trump sob a Lei da Insurreição.
Embora Trump nunca tenha feito isso, os advogados dizem que Rhodes estava apenas a pressionar o líder republicano para invocar a lei, que dá ao Presidente amplo poder de decisão sobre força militar necessária e o que se qualifica como força militar.
Juntamente com Rhodes, de Granbury, Texas, estão ainda em julgamento Kelly Meggs, líder da filial da Florida dos Oath Keepers; Kenneth Harrelson, outro membro da Florida; Thomas Caldwell, um oficial aposentado da inteligência da Marinha norte-americana da Virgínia, e Jessica Watkins, que liderou um grupo de milícias de Ohio.
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