JxCat continua no governo da Catalunha? Militantes serão consultados
Um dos partidos na coligação de governo na região espanhola da Catalunha, o independentista Juntos pela Catalunha (JxCat), vai fazer uma consulta aos militantes para decidir se continua no executivo, anunciou, esta quinta-feira, a direção da força política.
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Mundo Espanha
Os dois partidos independentistas no governo regional, Esquerda Republicana da Catalunha (ERC) e JxCat, assumiram publicamente esta semana a rutura, por discordarem no caminho para a independência, cinco anos depois do referendo de 1 de outubro de 2017, considerado ilegal por Madrid, e da tentativa de autodeterminação.
A direção do JxCat esteve, esta quinta-feira, reunida durante dez horas para decidir sobre a continuidade ou não do partido no executivo regional, que tomou posse em maio de 2021, e no final anunciou que quem vai tomar a decisão serão os militantes, numa consulta que se fará nos dias 6 e 7 de outubro.
Até lá, explicou o secretário-geral do JxCat, Jordi Turull, o partido vai enviar uma proposta ao presidente do governo regional catalão (também conhecido como Generalitat), Pere Aragonès, da ERC, com "termos e garantias" para se cumprir o acordo de coligação e que passam por eixos como "unidade estratégica" ou "coordenação" no Senado e Congresso dos Deputados em Madrid.
Em função do que acontecer "até domingo", e havendo ou não algum acordo com Aragonès, a direção do JxCat vai voltar a reunir-se na segunda-feira para elaborar a pergunta que vai colocar aos militantes, que "terão sempre a última palavra", segundo Turull.
ERC e JxCat são dois partidos independentistas, mas a Esquerda Republicana da Catalunha é mais moderada e defende que o caminho para a independência deve ser o do diálogo com o Governo central de Espanha (atualmente liderado pelo socialista Pedro Sánchez), com quem deve ser negociada a realização de um novo referendo.
Na última terça-feira, durante um debate parlamentar, as desavenças entre os dois partidos chegaram ao ponto de o líder parlamentar do Juntos pela Catalunha, Albert Batet, desafiar Pere Aragonès a submeter-se a uma moção de confiança na assembleia regional, para comprovar se ainda tem apoio da maioria dos deputados, depois de "não haver avanços no programa independentista".
Aragonès classificou o desafio como uma "deslealdade" e invocou "perda de confiança" no "número dois" do governo regional, que demitiu, pedindo ao JxCat para nomear um substituto.
A presidente do JxCat, Laura Borràs, disse hoje que a lealdade de Jordi Puigneró "é inquestionável sem fissuras" e disse que o partido não vai ocupar, com outro nome, a vice-presidência do governo regional.
A ERC já rejeitou "rotundamente" eleições antecipadas no caso de o JxCat abandonar o governo regional.
Quem ganhou as eleições catalãs de 2021 foi o Partido Socialista, mas sem maioria absoluta, pelo que uma aliança entre ERC e JxCat acabou por formar o atual governo de independentistas.
O líder dos socialistas catalães, Salvador Ila, em declarações a jornalistas em Barcelona hoje, não quis pronunciar-se sobre se será preciso haver eleições no caso de o JxCat deixar o governo regional por considerar que é necessário, primeiro, "ouvir" Aragonès.
"Não é um momento de aventuras" e se a ERC "quer governar em minoria" sem ter ganhado as eleições, terá de "explicar como quer fazê-lo e com quem", disse Illa.
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