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Advogado diz que há mais detalhes sobre espionagem da Austrália

O advogado Bernard Collaery, que denunciou a espionagem da Austrália a Timor-Leste em 2004, durante a negociação de um acordo comercial, disse hoje que "há muitos mais" detalhes ainda desconhecidos sobre este caso.

Advogado diz que há mais detalhes sobre espionagem da Austrália
Notícias ao Minuto

19:33 - 28/09/22 por Lusa

Mundo Bernard Collaery

"A lamentável conduta da Coligação relativamente a Timor-Leste requer muito mais examinação", disse o advogado ao jornal australiano Braidwood Times, acrescentando que "é obviamente material que deve ser apresentado ao regulador de integridade assim que estiver implementado".

As declarações do advogado surgem na mesma altura em que o governo australiano está a implementar uma comissão anticorrupção, cujos contornos deverão ser conhecidos na próxima semana.

"É expectável que o modelo do governo [escolhido para a comissão de investigação] vá ter amplos poderes de investigação com a capacidade de investigar corrupção séria e sistémica, em retrospetiva", lê-se no artigo do jornal.

O procurador-geral australiano, Mark Dreyfus, anunciou em julho a retirada da acusação contra o advogado Bernard Collaery, que estava a ser julgado por alegadamente ter revelado espionagem de Camberra a Timor-Leste.

Dreyfus anunciou que o Estado tinha decidido parar o caso contra Collaery, que tinha sido acusado de divulgar ilegalmente informações sobre uma missão da secreta australiana que colocou escutas no Palácio do Governo em Díli.

O polémico caso, que tinha suscitado duras críticas ao anterior Governo e ao anterior procurador-geral, estava há vários anos em disputa no tribunal, tendo em conta em particular a vontade do Ministério Público australiano de manter parte do processo em segredo.

Desde que os Trabalhistas venceram as eleições em maio, conquistando a maioria absoluta, que o Governo estava a ser pressionado por deputados do partido para retirar a queixa.

Enquanto estava na oposição, o próprio Dreyfus tinha criticado o caso, considerando-o "uma afronta à lei" e entretanto confirmou a retirada das acusações.

O caso envolvia inicialmente um ex-agente secreto, identificado como testemunha K, que acabou por ser declarado culpado de violar as leis de sigilo, o que levou a uma pena suspensa de três meses em junho de 2020.

O caso tinha sido sucessivamente adiado nos tribunais do Território da Capital Australiana, cercado por repetidos atrasos e intervenções do procurador-geral da Commonwealth, que impôs sigilo ao processo através da Lei de Informação de Segurança Nacional.

Os processos contra Collaery e a testemunha K foram iniciados pouco depois de Christian Porter se ter tornado procurador-geral em dezembro de 2017, após ter dado consentimento para as acusações que não tinham sido apresentadas pelo seu antecessor, George Brandis.

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