O governo da Catalunha aprovou, esta quarta-feira, um protocolo que alarga o prazo da interrupção voluntária da gravidez por via medicamentosa das nove para as 14 semanas de gestação. Segundo anunciou o Departamento de Saúde da comunidade autónoma, será realizado um teste piloto em três centros de saúde.
Em Espanha, a interrupção voluntária da gravidez é permitida, desde 2010, até às 14 semanas de gestação, prazo que é prolongado para as 22 semanas se existirem razões médicas, como riscos para a saúde da gestante ou anomalias graves no feto.
Com o novo protocolo, a Catalunha torna-se a primeira comunidade autónoma a permitir o aborto medicamentoso a partir das 10 semanas, quando o Ministério da Saúde já recomenda intervenções cirúrgicas.
O ‘Protocolo de Cuidados para a Interrupção Voluntária da Gravidez na Catalunha’ estabelece ainda que são as mulheres que devem ter a última palavra sobre o método de aborto a que serão submetidas, sempre aconselhadas por médicos.
Na apresentação do novo protocolo, que atualiza o em vigor desde 2014, o secretário de Saúde Pública, Josep Maria Argimon, referiu que o método estará disponível em hospitais, mas será testado antes em três centros.
O método medicamentoso é um processo “mais seguro” e “menos invasivo”, que se assemelha ao processo natural do aborto, explicou o responsável.
Imatges de la 1a Jornada de treball d’interrupció voluntària de l’embaràs a Catalunya a @vallhebron, organitzada per @salutcat i @igualtatcat pic.twitter.com/Gwf01s95tu
— Salut (@salutcat) September 28, 2022
No entanto, as grávidas que optarem por abortar com medicamentos entre a 10.ª e a 14.ª semana, terão de o fazer num hospital público, num ambiente mais controlado. Já até à 10.ª semana de gestação, o medicamento é administrado em ambulatório e o processo de expulsão do embrião ocorre em casa.
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