Mais de 50 ONG pedem à UE anulação do Conselho de Associação com Israel
Mais de 50 organizações não governamentais (ONG) palestinianas e europeias enviaram hoje uma carta às autoridades comunitárias a pedir a anulação do Conselho de Associação da União Europeia (UE) com Israel, que "intensificou os ataques contra" a Palestina.
© iStock
Mundo Ataques
O documento é dirigido aos ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 Estados-membros e ao Alto Representante da UE para a Política Externa e de Segurança, Josep Borrell, e é assinada por 23 organizações palestinianas e 37 europeias da sociedade civil, expressando a sua "profunda preocupação com a decisão de renovar o Conselho Associação, que procura retomar o diálogo formal, fortalecer a cooperação com Israel e incorporar os problemáticos Acordos de Abraão".
"O Conselho de Associação -- que vai organizar os contactos bilaterais -- normalizará ainda mais as práticas autoritárias e opressoras, em vez dos valores democráticos e dos direitos humanos promovidos pela UE, e vai continuar a ignorar as violações implantadas do direito internacional que estão a ser cometidas contra o povo palestiniano", dizem os signatários.
As ONG lembram que até agora em 2022 mais de 140 palestinianos foram mortos por israelitas, "sem ninguém ser responsabilizado", denunciando a última escalada em Gaza e os "ataques ilegais" nas áreas de Nablus e Jenin, no norte da Cisjordânia ocupada, nos mais de uma centena de pessoas morreram, incluindo a jornalista Shireen Abu Akleh.
As organizações também acusaram a presidente da Comissão Europeia, Von der Leyen, de "dois padrões", que afirmou durante a sua visita ao país judeu, em junho, que a "cultura e os valores partilhados criaram uma conexão profunda entre a Europa e Israel".
Após a visita, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 27 acordaram em voltar a reunir o Conselho de Associação, suspenso desde 2012, em data ainda a definir.
"Os princípios e valores fundamentais de liberdade e justiça que moldaram a ordem internacional e adotados pela UE devem ser aplicados e mantidos em todos os lugares", indicam na carta, que também menciona a expulsão de 1.300 palestinianos em oito comunidades de Masafer.
"A UE continua a ser o maior parceiro comercial de Israel e, ao permitir que empresas, governos e instituições financeiras europeias continuem a negociar com empresas ilegais de colonatos israelitas, não apenas mantém, mas incentiva a própria existência desses crimes de guerra, financiando ainda mais o roubo israelita de propriedades palestinianas (...) e recursos naturais", alegam as ONG.
Leia Também: Líder palestiniano acusa Israel de sabotar solução de dois Estados
Descarregue a nossa App gratuita.
Oitavo ano consecutivo Escolha do Consumidor para Imprensa Online e eleito o produto do ano 2024.
* Estudo da e Netsonda, nov. e dez. 2023 produtodoano- pt.com