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Vinte dias depois, Truss já recebeu moções de censura dos conservadores

A nova primeira-ministra britânica enfrenta uma crise económica sem precedentes e as promessas de não taxar lucros excessivos e reduzir impostos aos mais ricos não tem convencido os deputados do próprio partido.

Vinte dias depois, Truss já recebeu moções de censura dos conservadores
Notícias ao Minuto

14:55 - 26/09/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Reino Unido

Liz Truss está à frente dos destinos do Reino Unido há menos de um mês, mas a preferência por políticas que privilegiam benefícios fiscais aos mais ricos têm preocupado os deputados do próprio Partido Conservador e, 20 dias depois de assumir o cargo, já chegaram as primeiras cartas a pedir a demissão da primeira-ministra.

Perante o declínio histórico da libra nos mercados internacionais, caindo para valores recorde em relação ao dólar, a política de Truss e do seu chanceler do Tesouro, Kwasi Kwarteng, tem sido a de reduzir os impostos, especialmente para os mais ricos, esperando que isso crie incentivos à economia.

Citado pela Sky News, um ex-ministro de Boris Johnson disse que Truss e o ministério da Tesouraria estão a "brincar à economia com a vida das pessoas" e usou uma palavra ofensiva para descrever a atuação do governo recentemente empossado.

"Já estão a chegar  cartas a dizer que ela vai destruir a economia. O problema é que a política fiscal do governo opõem-se à política monetária do Banco de Inglaterra, e estão a lutar um contra o outro. O que Kwasi dá, o Banco tira. Não podemos ter um conflito destes". afirmou o antigo governante, que se manteve anónimo.

Segundo o ex-ministro, caso as cartas continuem a chegar ao Comité 1922 (o grupo parlamentar do Partido Conservador), o líder parlamentar poderá mesmo pedir um voto de confiança à primeira-ministra.

Outro deputado conservador disse à mesma televisão que o anúncio de sexta-feira, de propor cortes de impostos perante os primeiros sinais de uma recessão, foi "um espetáculo lamentável".

Truss também continua a colocar de lado taxar os lucros excessivos de empresas de energia, apesar dos lucros recorde das mesmas, e numa altura em que as maiores economias da Europa optaram por fazer isso mesmo. Estas ideias valeram-lhe comparações à antiga primeira-ministra Margaret Thatcher, um bastião do neoliberalismo dos anos 80, e muitas críticas pela esquerda e até dentro dos Tories.

"Uma coisa é certa: seria inteligente perceber ao longo do tempo como o mercado reage a recentes anúncios económicos, em vez de sinalizar imediatamente mais do mesmo a curto prazo", realçou outro deputado conservador, Mel Stride, citado pelo The Independent.

Na sexta-feira, o Governo anunciou uma série de cortes para tentar estimular a economia, a juntar-se à congelação dos preços da energia para família e empresas anunciado há semanas.

Numa altura em que o país se aproxima cada vez mais de uma grave recessão, e milhares de britânicos têm de escolher entre pagar a conta da luz ou comida, muitos olham com preocupação para estas opções de evitar taxar os mais ricos, impostos esses que poderiam aliviar o impacto da inflação nos mais carenciados.

De recordar que Liz Truss, que era ministra dos Negócios Estrangeiros, foi nomeada primeira-ministra depois de vencer as eleições dentro do Partido Conservador, após a queda de Boris Johnson em julho. Truss foi eleita por 81.326 militares Tory, num universo de apenas por 172 mil eleitores conservadores, em vez dos mais de 40 milhões de eleitores britânicos.

Leia Também: Liz Truss confirma que vai reduzir impostos apesar da crise económica

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