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Metade das crianças malnutridas no Sudão pode morrer se não for tratada

Metade das 650 mil crianças mais severamente malnutridas do Sudão podem morrer se não receberem tratamento urgentemente, alertam hoje agências da ONU, que estimam que 15 milhões de pessoas passem fome no país.

Metade das crianças malnutridas no Sudão pode morrer se não for tratada
Notícias ao Minuto

17:47 - 23/09/22 por Lusa

Mundo ONU

"No momento em que falamos, 650 mil crianças sofrem de malnutrição severa aguda. Se não forem tratadas, metade morrerá", disse a representante da agência da ONU para a Infância (Unicef) no Sudão, Mandeep O Brien, citada num comunicado das Nações Unidas.

Responsáveis das agências da ONU falam de uma crise sem precedentes no Sudão, iniciada com o golpe militar de outubro de 2021, que provocou o congelamento no financiamento da ajuda humanitária, obrigando à redução das porções alimentares em alguns casos para metade, e enfraqueceu as estruturas de apoio do Estado às famílias.

A crise é ainda agravada pelo aumento dramático dos preços dos alimentos, devido à guerra na Ucrânia, e por violência intertribal no país, disse o diretor do Programa Alimentar Mundial (PAM) no Sudão, Eddie Rowe.

"Neste momento, o PAM estima que cerca de 15 milhões de pessoas tenham fome diariamente desde que começou a época da fome, e estamos a fazer uma avaliação porque os nossos indicadores projetam que o número possa aumentar para 18 milhões no final do mês", disse.

Num apelo à comunidade internacional, O'Brien alertou que a crise não se reflete apenas na falta de alimentos, mas também de serviços de saúde básicos, água potável, saneamento e educação.

"A imunização de rotina, infelizmente, está em queda no Sudão. Entre 2019 e 2021, o número de crianças que não receberam uma única dose de vacinas duplicou, disse aos jornalistas em Genebra.

Também o representante no Sudão do Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), Axel Bisschop, avisou que os refugiados e deslocados internos no país sofreram um enorme aumento dos custos de vida.

"O Sudão acolhe atualmente cerca de 1,1 milhões de refugiados", disse o responsável, acrescentando que a violência comunitária nos estados do Darfur, Kordofan e Nilo Azul provocaram o deslocamento de 177 mil pessoas este ano, a juntar aos "cerca de 3,7 milhões de deslocados internos".

As três agências da ONU alertam que o financiamento está muito abaixo do que precisam para fornecer o apoio necessário e temem que, a menos que o financiamento aumente rapidamente, o custo de ter de responder a uma emergência maior será muito mais elevado.

No caso do ACNUR, por exemplo, até 13 de setembro só tinha recebido um terço dos 348,9 milhões de dólares (o mesmo valor em euros) necessários para este ano.

Leia Também: Vítimas da violência no Sudão do Sul sofrem com cortes devido à guerra na Ucrânia

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