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Líder pró-russo promete referendo na zona "não libertada" de Zaporijia

Um líder pró-russo admitiu hoje o controlo de menos de 75 por cento da região ucraniana de Zaporijia e prometeu que os residentes na zona dominada por Kyiv também serão consultados sobre a integração na Rússia.

Líder pró-russo promete referendo na zona "não libertada" de Zaporijia
Notícias ao Minuto

15:44 - 23/09/22 por Lusa

Mundo Ucrânia

"Quando libertarmos o resto [da região de Zaporijia], haverá também um referendo para que as pessoas não sintam que o futuro da sua terra natal foi decidido sem elas", disse o presidente do movimento "Estamos juntos com a Rússia", Vladimir Rogov, à agência russa TASS.

Rogov disse que a decisão a ser tomada pelo povo de Zaporijia no referendo abrange especificamente 73% do território.

"O referendo realiza-se em quatro distritos da região, num total de cinco. O distrito de Zaporijia permanece não libertado", afirmou.

Rogov disse à TASS que as pessoas que se deslocaram para a parte de Zaporijia não controlada pela Ucrânia podem participar no referendo em curso, se estiverem registadas na região.

A consulta, iniciada hoje, decorre até 27 de setembro.

Os referendos realizam-se nas regiões ucranianas de Donetsk e Lugansk, no Donbass (leste), e de Kherson e Zaporijia (sul) controladas na totalidade ou parcialmente pelas forças locais e de Moscovo.

As autoridades pró-russas em Kherson disseram esperar que 750.000 pessoas compareçam às urnas, enquanto em Zaporijia há 500.000 pessoas registadas para votação, de acordo com a TASS.

Em ambos os casos, será pedido aos participantes que respondam a uma pergunta: "É a favor de que a região deixe a Ucrânia, crie um Estado independente e se torne parte da Rússia?".

No caso de Donetsk e Lugansk, será perguntado aos eleitores se apoiam "a entrada da república na Rússia como entidade constituinte da Federação Russa".

A Ucrânia e a comunidade internacional não reconhecem a legitimidade da consulta.

"Consideramos a realização [dos referendos] como uma provocação e uma violação da legislação ucraniana e claro que não vamos reconhecer os resultados destes referendos. Espero que todo o mundo democrático também não reconheça", reiterou hoje, em Braga, a embaixadora da Ucrânia em Lisboa, Inna Ohnivets.

A Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO) apelou, na quinta-feira, para que todos os Estados rejeitem tentativas de "conquista territorial" pela Rússia, insistindo que Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia são parte da Ucrânia.

Em 2014, a Rússia utilizou um referendo idêntico aos iniciados hoje para legitimar a anexação da Crimeia, depois de ter invadido e ocupado a península ucraniana situada na costa norte do Mar Negro.

Na mesma altura, eclodiu uma guerra separatista nas regiões de Donetsk e Lugansk com apoio de Moscovo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, reconheceu as autoproclamadas repúblicas populares de Donetsk e Lugansk dias antes de ordenar a invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro deste ano.

Ao anunciar uma mobilização parcial para a guerra na Ucrânia, na quarta-feira, Putin disse que a Rússia apoiará a decisão que "será tomada pela maioria dos residentes das Repúblicas Populares de Donetsk e Lugansk e das regiões de Zaporijia e Kherson".

A guerra, que dura há sete meses, provocou um número por determinar de baixas civis e militares, que diversas fontes admitem que será da ordem das dezenas de milhares.

Leia Também: Embaixadora diz que resultados dos referendos não serão reconhecidos

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