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Porque é que a mobilização é "um novo sinal de fraqueza da Rússia?"

Dos "novatos" aos "treinos básicos". A mobilização de 300 mil reservistas é de fazer "cair o queixo", mas porquê? A explicação de Mark Hertling, ex-Comandante Geral do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) na Europa.

Porque é que a mobilização é "um novo sinal de fraqueza da Rússia?"

Mark Hertling, que serviu como Comandante Geral do Exército dos Estados Unidos da América (EUA) na Europa, considerou, na quarta-feira, que a “mobilização militar parcial” anunciada pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, foi uma decisão de “cair o queixo”. No entanto, não pelos melhores motivos e tratar-se-á de "um novo sinal de fraqueza da Rússia".

“A anunciada mobilização de 300.000 ‘reservistas’ de Putin estava a fazer cair-me o queixo esta manhã, mas não pela razão que alguns poderiam suspeitar”, começou por afirmar o ex-militar na rede social Twitter. “Porquê? Porque eu sei como os soldados russos são treinados - em treinos básicos e nas suas unidades”

Hertling fez uma comparação entre o treino do exército dos EUA e da Rússia e frisou que “maioria dos novos soldados americanos recebe 10 semanas de treino básico”, passando depois por “treino avançado” numa “especialidade” - seja infantaria, artilharia, logística ou informação.

“É um longo período de tempo, [são] treinados por sargentos muito profissionais. Há uma sobrecarga de recursos extremamente elevada para tudo isto. Os soldados reportam às suas unidades se estão prontos para serem integrados numa missão específica”, explicou.

Já na Rússia, o local de formação passa apenas por um local: Labinsk, no sul do país. “Alguns russos recebem formação especializada avançada, mas a maioria dos soldados recebe a maior parte da sua formação na 1.ª unidade”, acrescentou, lembrando que os russos “receberam apenas alguns dias de treino básico antes de serem enviados para a Bielorrússia”, em novembro de 2021.

O norte-americano recordou duas visitas que fez à Rússia, onde viu formação “horrível”: “familiarização em vez de qualificação em espingardas”, “primeiros socorros rudimentares”, “poucas simulações” e “horrível liderança por ‘sargentos’”, onde os “alguns - os mais pobres - a serem eleitos ou a voluntariaram-se para cargos de liderança”.

Enquanto a Rússia pouco investe na formação dos seus militares, “o exército da Ucrânia levou o modelo americano a sério depois de receber formação dos EUA tanto em técnicas de treino individual como em grupo, em 2014”. 

“A questão é que o exército russo é mal dirigido e mal treinado. Isso começa no treino básico”, apontou Hertling, que considera que mobilizar reservistas “será extremamente difícil”.

“Mobilizar 300 mil ‘reservistas’ (depois de falhar com as forças convencionais, as milícias, o recrutamento de prisioneiros e a utilização de mercenários como o grupo Wagner) será extremamente difícil”, considerou.

E acrescentou: “Colocar ‘novatos’ numa linha da frente que tenha sido maltratada, tenha baixa moral e que não queira ser portadora de mais desastres na Rússia… De cair o queixo. Um novo sinal de fraqueza da Rússia”.

O presidente da Rússia anunciou uma "mobilização militar parcial". No primeiro discurso à nação desde a invasão da Ucrânia, Putin afirmou que "apenas os cidadãos que se encontram atualmente na reserva e, sobretudo, aqueles que serviram nas Forças Armadas, têm certas especialidades militares e experiência relevante, serão sujeitos a alistamento".

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