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Parcialmente inundado, o Paquistão tem agora uma crise de malária

O país continua devastado pelas fortes cheias e as paupérrimas condições em que vive uma grande parte da população proporcionam a proliferação de doenças fatais, como a malária e o dengue.

Parcialmente inundado, o Paquistão tem agora uma crise de malária
Notícias ao Minuto

16:19 - 21/09/22 por Notícias ao Minuto

Mundo Paquistão

O Paquistão continua a sofrer com as enormes cheias que deixaram debaixo de água praticamente um terço do território do país, mas os problemas continuam a amontoar-se e, esta quarta-feira, as autoridades registaram 324 mortes devido à malária, pedindo mais apoio para controlar a propagação da doença.

Centenas de milhares de pessoas vivem em condições terríveis, desalojadas devido às cheias e a viver em zonas pantanosas, algo propício a que a malária - uma doença dolorosa e potencialmente fatal sem o tratamento adequado e atempado - se desenvolva.

Estas zonas pantanosas e inundadas atraem mosquitos que propagam a doença.

As fracas condições em que vive uma grande parte da população também tem resultado em inúmeros casos de infeções de pele e de olhos, diarreia, febre tifoide e dengue.

Segundo o governo regional de Sindh, citado pela Reuters, as instalações médicas temporárias na região já trataram mais de 78 mil pessoas em apenas 24 horas - e mais de dois milhões desde 1 de julho.

Mais de 19 mil pessoas foram testadas nas últimas 24 horas e cerca de um quarto, 4.876 pessoas, testaram positivo.

Segundo a Organização das Nações Unidas no Paquistão, foram registados 44.000 casos de malária na última semana, só na província mais a sul do país, próxima do Oceano Índico (onde as cheias tiveram um impacto maior).

As autoridades paquistanesas apelam a um maior apoio internacional, um apelo que tem sido repetido pela Organização das Nações Unidas e pelo secretário-geral, António Guterres, que na semana passada descreveu a situação como a maior catástrofe provocada pelas alterações climáticas e uma "carnifica climática". O país precisa urgentemente de apoio médico, alimentar e de alojamento, com muitas organizações não-governamentais a lamentarem para a falta de atenção que a crise humanitária tem gerado no Ocidente.

Guterres salientou ainda que o Paquistão, que emite apenas 0,4% das emissões responsáveis pela crise climática, está a pagar o preço pela poluição dos países mais ricos.

O fraco estado em que se encontra o sistema de saúde do Paquistão é também um obstáculo, e famílias desalojadas são forçadas a beber água não-potável.

O ministério das Finanças do Paquistão aprovou um apoio de cerca de 40 milhões de euros para as agências de controlo de emergências conseguirem arranjar alguma alimentação para a população.

Além dos enormes estragos, destruição de produção agrícola e da crise humanitária criada, as autoridades apontam que morreram pelas cheias 1.569 pessoas, incluindo 555 crianças.

Leia Também: ONU. Desastres de 2022 decorrem da dependência dos combustíveis fósseis

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