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Etiópia. Embaixador rejeita acusações de crimes contra humanidade da ONU

O embaixador da Etiópia nas Nações Unidas rejeitou hoje um relatório dos investigadores da ONU, que acusam a Etiópia de possíveis crimes contra a humanidade, garantindo que não há provas que mostrem que isso é verdade.

Etiópia. Embaixador rejeita acusações de crimes contra humanidade da ONU
Notícias ao Minuto

19:33 - 20/09/22 por Lusa

Mundo Tigray

O embaixador da Etiópia na ONU rejeitou um relatório de investigadores da ONU acusando Adis Abeba de possíveis crimes contra a humanidade em Tigray e de usar a fome como arma de guerra.

"Não há uma única prova que demonstre que o governo etíope tenha utilizado a ajuda humanitária como instrumento de guerra", disse o embaixador Zenebe Kebede, representante permanente da Etiópia junto da ONU em Genebra, citado pela agência France-Presse.

Kebede respondia assim ao relatório divulgado esta semana, segundo o qual a Etiópia teria cometido violações, crimes de guerra e crimes contra a humanidade, além de usar a ajuda humanitária como instrumento de guerra, nomeadamente bloqueando o acesso das instituições humanitárias e criando assim uma situação de fome entre os independentistas.

O embaixador Zenebe disse que a comissão tinha "motivações políticas" e que as suas conclusões eram "contraditórias e tendenciosas".

"Não temos, portanto, outra alternativa senão rejeitar este relatório, uma vez que rejeitámos a resolução que o estabeleceu, bem como a própria criação deste mecanismo", acrescentou o chefe da diplomacia etíope em Genebra.

No relatório, os três peritos da ONU afirmam que existem "motivos razoáveis para acreditar que o governo federal e os governos dos estados regionais aliados (principalmente da Eritreia) cometeram e continuam a cometer crimes etnicamente motivados contra a Humanidade e outros atos desumanos".

Os peritos salientaram a situação catastrófica em Tigray, onde o governo federal e os seus aliados têm negado o acesso a serviços básicos a cerca de seis milhões de pessoas durante mais de um ano, e onde restrições severas ao acesso humanitário deixaram 90% da população com necessidade urgente de assistência.

A comissão de três peritos independentes foi criada por um ano em 17 de dezembro de 2021, para conduzir uma investigação exaustiva e independente sobre as alegações de repetidas violações dos direitos humanos, apesar da oposição de Adis Abeba.

O conflito eclodiu no início de novembro de 2020 quando o Governo federal do primeiro-ministro, Abiy Ahmed, lançou uma ofensiva contra os rebeldes da Frente de Libertação do Povo de Tigray (TPLF), controlando esta região norte da Etiópia.

O recomeço dos combates no norte da Etiópia, em 24 de agosto, abalou uma trégua de cinco meses.

Leia Também: Etiópia. Houve "violações, crimes de guerra e crimes", diz ONU

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