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Presidente da AG da ONU alerta para "momento mais decisivo em 4 décadas"

O presidente da Assembleia-Geral (AG) da ONU afirmou hoje que o mundo atravessa o "momento mais decisivo das últimas quatro décadas" devido a múltiplas crises e conflitos e acusou os líderes de "estabelecer metas excelentes, mas tomar poucas medidas".

Presidente da AG da ONU alerta para "momento mais decisivo em 4 décadas"
Notícias ao Minuto

15:20 - 20/09/22 por Lusa

Mundo Organização das Nações Unidas

Discursando na abertura do debate geral da 77.ª sessão da Assembleia-Geral da ONU perante chefes de Estado e de Governo de todo o mundo, Csaba Korosi começou por ressaltar a necessidade de "soluções através da solidariedade, sustentabilidade e ciência" - lema que escolheu para a sua presidência -, tendo criticado o facto de os líderes internacionais "redigirem muitos tratados, estabelecerem metas excelentes, mas tomarem poucas medidas", perante uma série de crises e conflitos, das alterações climáticas à guerra na Ucrânia.

"As alterações climáticas deixaram-nos a cambalear sob ondas de calor, inundações e secas. O consumo e a produção insustentáveis deixaram cicatrizes no meio ambiente, dos céus aos mares. Vivemos, ao que parece, em permanente estado de emergência humanitária. Mais de 300 milhões de pessoas precisam urgentemente de ajuda e proteção -- um aumento de 10% desde janeiro. Impulsionada pelas alterações climáticas, covid-19 e conflitos, a fome global atingiu níveis alarmantes", disse.

De acordo com o presidente da AG, nos últimos seis meses a inflação de alimentos e energia empurrou pelo menos 70 milhões de pessoas para a pobreza, um quarto da humanidade vive em áreas de conflito e a "violência em todo o mundo raramente foi tão feroz".

"Quem teria imaginado que a guerra voltaria à Europa? Que a ameaça nuclear voltaria ao discurso político para resolver uma disputa com um vizinho? Já se passaram 203 dias desde que a Assembleia-Geral adotou uma resolução condenando a agressão militar contra a Ucrânia. Infelizmente, o derramamento de sangue e o sofrimento ainda não pararam", lamentou.

Sob o tema "Um momento divisor de águas: soluções transformadoras para desafios interligados", a semana de alto nível da 77.ª Assembleia-Geral da ONU arrancou hoje com a guerra na Ucrânia a dominar este exercício de multilateralismo.

Contudo, Csaba Korosi usou o seu discurso para enfatizar que outros conflitos e crises globais não estão esquecidos, mostrando-se solidário com o povo do Paquistão, onde inundações devastadoras arrasaram parte significativa do país.

Nesse sentido, Korosi direcionou as suas palavras ao combate às alterações climáticas, indicando que assim que a semana de alto nível terminar, pretende lançar uma série de consultas com a comunidade científica, para que trabalhem em conjunto nos setores da água, energia, alimentos e biodiversidade

"A água deve ser o próximo grande fator de conflito em todo o mundo. O problema da água é triplo: Muita. Insuficiente. Não é segura. Temos a oportunidade de fazer a diferença na vida de 2,1 mil milhões de pessoas que não têm acesso a água potável. Vamos cooperar para tornar a Agenda de Ação da Água tão transformadora, prática e acionável quanto possível", exortou, aludindo à importância da Conferência da Água da ONU, agendada para o próximo ano.

Tocando num dos pontos mais urgentes e polémicos em relação à estrutura das Nações Unidas, o presidente da AG indicou ainda querer avançar nas negociações sobre a reforma do Conselho de Segurança, frequentemente considerado obsoleto.

"Já é hora de o Conselho representar a população mundial de forma mais igualitária e refletir as realidades do século XXI. Esta é uma questão de credibilidade para toda a nossa Organização e ordem multilateral", afirmou.

Csaba Korosi concluiu o seu discurso exortando à ação dos líderes: "a nossa oportunidade está aqui e agora. Vamos agir".

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