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Médica ucraniana de Mariupol descreve episódios de tortura pelos russos

A mulher contou o que viu e viveu durante os três meses em que esteve detida pelos russos.

Uma médica ucraniana torturada pelas forças russas explicou como ela embalou outros prisioneiros enquanto eles morriam durante os seus três meses em cativeiro. 

O relato foi feito por Yuliia Paievska aos legisladores norte-americanos que pertencem à Comissão de Segurança e Cooperação na Europa – também conhecida como Comissão de Helsinque dos EUA.

A médica foi detida em março, depois de ter sido mandada parar numa operação de verificação dos documentos. . Antes de ser capturada, a médica conseguiu fazer chegar aos jornalistas da AP um micro cartão de memória com 256 gigabytes de imagens filmadas com uma câmara de corpo. Os vídeos mostram o dia-a-dia da sua equipa de salvamento, em Mariupol, quando esteve sob cerco russo. 

A tortura, conta, começava com os ucranianos a tirarem as roupas antes de serem agredidos. Yuliia recordou ainda como os detidos se ouviam durante semanas, “morrendo depois da tortura sem qualquer ajuda médica”, cita a AP.

Da sua experiência, lembrou que durante uma sessão tortura, um russo lhe perguntou “Sabes porque te fazemos isto?”, ao que a médica respondeu “porque podem”. Das vezes que pediu para ligar ao marido, responderam-lhe que andava a ver "muitos filmes americanos", e que não teria direito a chamada alguma. 

Como se o horror não fosse suficiente, a médica conta ainda que os torturadores incentivavam os prisioneiros -. ela incluída - a que se suicidassem. 

A médica referiu ainda um menino de sete anos que morreu no seu colo por não haver equipamento médico para salvá-lo, bem como um amigo a quem fechou os olhos “antes do corpo ter arrefecido”.

Segundo o autarca de Mariupol, pelo menos 10.000 pessoas desapareceram da cidade durante o cerco russo. O governo da Ucrânia diz ter documentado quase 34.000 crimes de guerra russos desde que a guerra começou em fevereiro.

O Tribunal Penal Internacional e 14 países membros da União Europeia também iniciaram investigações.

Leia Também: EUA. Antony Blinken acusa Rússia de atos "atrozes" na Ucrânia

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