A tensão acentuou-se nas últimas semanas na Sérvia, onde os organizadores do Europride estão determinados em organizar no próximo sábado uma marcha que culmina uma semana de iniciativas e festividades, enquanto as autoridades parecem pretender proibir o evento.
Os manifestantes, incluindo muitos religiosos da Igreja ortodoxa sérvia (SPC), desfilaram no centro de Belgrado após um apelo de grupos tradicionalistas, da direita radical ou da SPC.
Diversos participantes transportavam ícones, efígies religiosas e cruzes, com alguns a prometerem organizar uma contramanifestação caso os promotores do Europride mantenham a intenção de desfilar.
O Presidente sérvio, Aleksandar Vucic, que no final de agosto anunciou que o desfile seria "adiado ou anulado", declarou no sábado que a polícia anunciará na próxima terça-feira, 96 horas antes deste acontecimento, sobre a sua autorização ou proibição.
Vucic invocou "motivos securitários", relacionados com um novo aumento das tensões no Kosovo, antiga província sérvia de maioria albanesa que Belgrado não reconhece, mas também problemas relacionados com a energia.
Os organizadores do Europride criticaram esta decisão, ao afirmarem que o Governo não tem o direito de anular a marcha.
As duas primeiras marchas realizadas em Belgrado, em 2001 e 2010, ficaram assinaladas por ações de violência. O desfile é organizado com regularidade desde 2014, mas com um importante dispositivo de forças policiais.
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