Cidade japonesa entrega guarda-sóis a crianças para combater calor
A maioria das salas de aulas japonesas já tem ar condicionado, mas a cidade de Kumagaya quer reduzir o impacto do calor na viagem para a escola.
© Getty Images
Mundo Crise Climática
A crise climática está a aumentar as temperaturas máximas por todo o mundo e, na cidade mais quente do Japão, em Kumagaya, as autoridades locais criaram um guarda-chuva/guarda-sol prático e leve para distribuir pelas crianças da região.
Segundo o jornal local Mainichi Shumbun, os guarda-sóis de cor amarela pesam apenas 336 gramas e serão distribuídos às cerca de 9.000 crianças do ensino primário a partir da próxima semana.
Situada a pouco mais de 60 quilómetros a norte de Tóquio, na prefeitura de Saitama, a cidade de Kumagaya é considerada a mais quente do Japão, registando regularmente as mais elevadas temperaturas máximas do ano, devido a um fenómeno climatérico conhecido por efeito Föhn.
Há pelo menos dois anos que o governo local passou a recomendar às crianças que se protejam com guarda-chuvas, mas os especialistas advertiram que os materiais que compõem o objeto não conseguem afastar completamente a luz solar, prejudicando a prevenção contra desmaios e quebras de tensão.
A medida não é nova, mas os guarda-sóis são especialmente feitos para suster temperaturas elevadas. A decisão vai abranger também crianças de outros concelhos circundantes, que frequentem a escola em Kumagaya.
Children in Saitama Prefecture carry umbrellas on sunny days to prevent heatstroke and maintain social distance to avoid the coronavirus. pic.twitter.com/8VPd9fKntB
— NHK WORLD News (@NHKWORLD_News) June 19, 2020
Além dos guarda-sóis, as autoridades de saúde vão permitir que as crianças possam retirar as máscaras de proteção contra a Covid-19, que se mantêm em vigor no Japão, mas vão ser implementadas distâncias de segurança para colmatar a falta de proteção.
Mas guarda-sóis e isenção de máscaras não são as únicas medidas encontradas para combater o calor nas salas de aula. Segundo outro órgão japonês, quase todas as salas de aula do país, nos ensinos primário e básico, têm ar condicionado e, no ano passado, o governo pediu aos professores que dissessem aos alunos para usar roupa fresca e para retirar as mascas.
Kumagaya registou mais de 35ºC durante vários dias, mas não foi a única cidade a assistir a temperaturas acima do normal para um país tipicamente ameno. Isesaki, a norte de Tóquio, registou em junho uma temperatura máxima de 40.2ºC, uma das temperaturaa mais elevadas de sempre no Japão.
A própria capital passou vários dias agarrada às ventoinhas, com os termómetros a ultrapassaram os 35ºC durante vários dias consecutivos, enaltecendo o impacto das alterações climáticas num dos países mais poluentes do mundo. O calor foi tanto que o governo de Tóquio teve de pedir às pessoas para poupar energia, ou então teria de impor cortes no fornecimento.
Ainda assim, alguns especialistas consideram que a medida dos guarda-sóis chega tarde, já que a pior onda de calor já passou e a cidade de Kumagaya não deve voltar a atingir as mesmas temperaturas - ficando os objetos já guardados para o próximo ano.
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