Espia australiana falou de humilhações "num mundo dominado por homens"
As mulheres devem "sentar-se à mesa também e não apenas levar café", frisou a diretora da agência de inteligência australiana.
© Reuters
Mundo Sexismo
A primeira mulher a chefiar a Australian Signals Directorate [agência de inteligência australiana], Rachel Noble, disse, esta sexta-feira, que o avanço da carreira das mulheres não esbarra num "teto de vidro", mas trata-se mais de um "bloco de betão".
Ao fazer esta afirmação, a diretora-geral da agência resumiu a história das mulheres nestes serviços recordando como intercetaram os planos de voo japoneses durante a Segunda Guerra Mundial, avança o US News.
"Não creio que haja um teto de vidro, na verdade ainda é um bloco de betão, que hoje está revestido com tecnologia avançada de camuflagem e não consegui vê-lo até ter atingido a maturidade suficiente para o alcançar e tocar", comentou enquanto discursava para o Lowy Institute em Sydney, na Austrália.
Revelou também que se recusou a levar um café a um homem que estava numa reunião, explicando que as mulheres deveriam "sentar-se à mesa também e não apenas tirar notas ou levar café".
Nobre divulgou várias humilhações que experienciou "num mundo dominado por homens", onde chegaram a chamar-lhe "bruxa, mandona e assustadora", menosprezando as mulheres que mostram características autoritárias.
Após ter assumido este cargo, a diretora decidiu que as reuniões matinais seriam marcadas para as 9h30, depois de os pais terem deixado os filhos na escola.
O tratamento de mulheres nos locais de trabalho foi tema nas eleições gerais da Austrália, em maio, onde concorreram várias candidatas femininas como independentes.
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