A UNESCO, a Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, afirmou esta terça-feira que apoia que a Ucrânia promova uma candidatura da cidade de Odessa, para esta ser considerada Património Mundial.
Odessa é uma das mais importantes cidades portuárias ucraniana, tornando-se particularmente mais relevante depois da tomada de Mariupol. É através do porto da cidade que a maioria das milhares de toneladas que a Ucrânia exporta passa em direção ao resto do mundo.
Esta terça-feira, o ministro ucraniano da Cultura, Oleksandr Tkacheno, reuniu-se com a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, na sede da agência em Paris, e Azoulay garantiu, citada pela Reuters, que a UNESCO irá mobilizar especialistas para garantir que a candidatura é avaliada com urgência pelos Estados-membros do Comité do Património Mundial.
A UNESCO também propôs colocar Odessa na lista de Património Mundial em Risco, devido à ameaça da guerra da Ucrânia, uma proposta que se estende a Kyiv e Lviv.
The protection of cultural heritage is a priority.@unesco will deploy new measures to protect cultural heritage in #Ukraine, particularly in Odesa and L’viv.
— UNESCO ️ #Education #Sciences #Culture 🇺🇳 (@UNESCO) August 30, 2022
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A organização salienta que a invasão russa, e os bombardeamentos feitos contra a cidade, já danificou um importante museu, o Museu de Belas Artes de Odessa, inaugurado em 1899. A agência cultural da ONU prometeu ajudar no financiamento das reparações do museu, assim como apoiar financeiramente o Museu de Arte Moderna de Odessa, que desde o início da guerra tem contratado mais pessoal para ajudar a proteger as coleções.
A guerra tem tido um forte impacto na cultura ucraniana, com a maioria das formas de expressão artísticas ao vivo a terem de ser suspensas. Algumas atividades foram retomadas, nomeadamente no Ballet Nacional, em Kyiv, mas muitos dos artistas também acabaram por fugir para fora do país.
O conflito na Ucrânia já fez mais de 5.600 mortos civis, segundo os dados do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos. No entanto, a entidade adverte que o real número de mortos poderá ser muito superior, devido às dificuldades em contabilizar os mortos em zonas sitiadas ou ocupadas pelos russos, como em Mariupol, por exemplo, onde se estima que tenham morrido milhares de pessoas.
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