Bolsonaro utilizou o tempo televisivo de propaganda eleitoral para prometer a continuidade dos apoios governamentais aos mais pobres, caso vença as eleições presidenciais de outubro.
Em causa estão subsídios que começaram a ser entregues este mês às primeiras 20 famílias carenciadas e que foram alvo de polémica por estarem a ser atribuídos em plena campanha eleitoral.
Em julho, o Congresso brasileiro aprovou uma emenda constitucional que declarou o país em "estado de emergência", autorizando a aplicação de subsídios sociais pelo Governo de Bolsonaro em plena campanha eleitoral.
No tempo de antena, de 2,38 minutos, Bolsonaro apresentou-se como um "homem simples, honesto, direto, que diz o que pensa e o que sente" e prometeu criar mais empregos e baixar o preço dos combustíveis.
O candidato presidencial e ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva utilizou o primeiro tempo de antena para denunciar "os milhões de irmãos e irmãs brasileiros que não têm o que comer".
"Como é que um país tão rico pode retroceder tanto? Como é que um governante não se preocupa com o sofrimento de tanta gente?", perguntou Lula da Silva nos 3,39 minutos de tempo de antena concedidos.
Cerca de 33,1 milhões de brasileiros passam fome, o que equivale a 16% da população do país, de acordo com os dados mais recentes da Rede Brasileira de Pesquisa em Soberania e Segurança Alimentar e Nutricional, divulgados em junho passado.
A propaganda eleitoral para as eleições presidenciais de outubro começou na sexta-feira, mas só hoje é que foram emitidos os primeiros tempos de antena dos candidatos presidenciais.
A rádio, mas sobretudo a televisão, são ainda considerados no Brasil meios fundamentais para políticos e candidatos fazerem chegar a mensagem ao eleitorado em todo o território brasileiro.
As eleições presidenciais estão marcadas para 02 de outubro, com possibilidade de uma segunda volta, caso seja necessária, no dia 30 do mesmo mês.
Lula da Silva lidera as sondagens para as presidenciais (47%), seguido por Bolsonaro (32%), também segundo o Instituto Datafolha.
Ao todo, 12 candidatos disputam as presidenciais: Jair Bolsonaro, Luiz Inácio Lula da Silva, Ciro Gomes, Simone Tebet, Luís Felipe D'Ávila, Soraya Tronicke, Roberto Jefferson, Pablo Marçal, Eymael, Leonardo Pericles, Sofia Manzano e Vera Lúcia.
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