"A Siemens assinou contratos com o Governo para trabalhar em instalações de produção de gás e gasóleo que servem a capital, assim como nas que fornecem eletricidade a infraestruturas utilizadas pela indústria petrolífera", de acordo com o portal La Patilla, citando o gerente comercial da SEAG para a Venezuela, Eric Soto.
O portal indicou que a empresa alemã foi autorizada de Departamento do Tesouro dos Estados Unidos a trabalhar com a estatal Petróleos de Venezuela SA (PDVSA) e com a Corporação Elétrica da Venezuela (Corpoelec), apesar das duras sanções económicas norte-americanas contra Caracas.
"As reparações podem aumentar a produção de energia elétrica em cerca de 1.000 megawatts para Caracas, ajudando-a a superar os apagões regulares e os anos de racionamento, assim como a melhorar o fornecimento de energia nas áreas de produção de petróleo afetadas", acrescentou.
O La Patilla referiu que a economia do país está a iniciar uma lenta recuperação e o Presidente, Nicolás Maduro, "está a tentar reconstruir o sistema de geração elétrica do país, com um plano de investimento de quase 1,5 mil milhões de dólares [1,51 mil milhões de euros] para recuperar quase 9.000 megawatts de produção até 2025, de acordo com um documento do Corpoelec, ao qual a agência Bloomberg teve acesso".
"A rede, que depende fortemente da enorme central hidroelétrica El Guri, no sul da Venezuela, que produz até 80% da energia, tem sido devastada por anos de má gestão", explicou.
Embora a El Guri e outras centrais hidroelétricas e termoelétricas tenham capacidade para produzir cerca de 32.000 megawatts de eletricidade, o sistema está a lutar para satisfazer a procura atual de quase 10.500 megawatts, adiantou um consultor energético em Caracas Nelson Hernández.
Esta situação deve-se "a uma rede de distribuição em deterioração e centrais elétricas disfuncionais" com "apagões e racionamentos frequentes, especialmente nos bairros pobres de Caracas e cidades mais pequenas do país", disse. Em 2019, os venezuelanos ficaram sem energia durante dias devido a um apagão em todo o país.
"A escassez também suprime a produção na PDVSA, que tem de encerrar regularmente a produção nos campos petrolíferos devido à falta de energia para as unidades de bombagem", sublinhou o portal.
A alemã Siemens Energy AG (SEAG) está na Venezuela há 60 anos e produz componentes para as subestações de energia locais, que necessitam de reparações, indicou Eric Soto.
As centrais termoelétricas venezuelanas utilizam tecnologia da Siemens Energy AG e da General Electric Co.
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