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Rússia acusa serviços secretos ucranianos da morte de filha de Dugin

Segundo o FSB, a explosão foi levada a cabo por uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979.

Rússia acusa serviços secretos ucranianos da morte de filha de Dugin

O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB, na sigla em inglês) acusou, esta segunda-feira, os serviços secretos da Ucrânia de terem assassinado Darya Dugina, a filha do filósofo ultranacionalista Alexander Dugin. A informação é avançada pela agência de notícias Reuters, que cita a imprensa russa. 

A jornalista e comentadora política, de 29 anos, morreu na noite de sábado quando o carro onde seguia, após ter participado num evento com o pai, explodiu. A Ucrânia já negou a autoria do ataque, mas, segundo o FSB, a explosão foi levada a cabo por uma mulher de nacionalidade ucraniana, nascida em 1979.

Os russos acrescentam que a mulher chegou à Rússia com a sua filha adolescente e, durante o último mês, estudou o estilo de vida de Dugina.  Segundo o FSB, a suspeita terá regressado à Estónia após o ataque.

Os serviços de informações dizem que a suspeita, Natalya Vovk, alugou um apartamento no prédio onde Dugina morava e a seguiu, acrescentando que tinha estado mesmo num festival em que a vítima e a sua filha tinham comparecido, antes do assassínio.

Perante estas suspeitas, o chefe da autoproclamada República Popular de Donetsk, Denis Pushilin, disse hoje que as autoridades ucranianas "passaram ao terror individual", referindo-se ao assassínio de Dugina.

"De acordo com todas as indicações, podemos dizer que Kiev passou para o terror individual. Qual é o sentido de pensar em algum tipo de acidente, algum tipo de coincidência?", disse Pushilin, na televisão pública, citada pela agência de notícias Tass.

Já antes, na sua conta da rede social Telegram, logo após a morte de Dugina se tornar conhecida, Pushilin tinha dito que "os terroristas do regime ucraniano, na tentativa de eliminar Alexander Dugin, mataram a sua filha".

Num sentido contrário, o ex-deputado da oposição russa Ilya Ponomarev acusou o exército russo de perpetrar o assassínio de Dugina.

"Como muitas outras ações partidárias diretas realizadas no território da Rússia nos últimos meses, este assassínio foi realizado pelo Exército", acusou Ponomarev.

No domingo, o conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, negou qualquer envolvimento na morte da filha do 'cérebro' de Vladimir Putin. "Sublinho que a Ucrânia nada tem a ver com isto, porque não somos um Estado criminoso como a Federação Russa e não somos um Estado terrorista", assegurou o conselheiro de Volodymyr Zelensky.

Já esta segunda-feira, Podolyak acusou os responsáveis russos de consumirem "alucinogénios" por considerarem que a Ucrânia poderia estar envolvida no ataque. “Eu sei que os alucinogénios levam a uma perda da realidade. Mas os representantes da Rússia devem compreender: o mundo vê a guerra ao vivo, assim como os seus crimes. Assim, uma tentativa de culpar a Ucrânia por ataques terroristas em Olenivka ou pela explosão de automóveis nos subúrbios de Moscovo são inúteis…”, escreveu na rede social Twitter. 

Líder do Movimento Eurasiático, Alexander Dugin, 60 anos, tem sido descrito no Ocidente como "cérebro de Putin" e "guia espiritual" da invasão da Ucrânia, embora se desconheça se mantém contactos com o líder russo.

Apoiante da invasão da Ucrânia, como o pai, Darya Dugina foi alvo de sanções das autoridades norte-americanas e britânicas, que a acusaram de contribuir para a desinformação em relação à guerra iniciada pela Rússia em 24 de fevereiro.

Numa entrevista em maio, descreveu a guerra na Ucrânia como um "choque de civilizações" e manifestou orgulho por ela e o pai terem sido sancionados pelo Ocidente, segundo a BBC.

[Notícia atualizada às 14h52]

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