Meteorologia

  • 18 ABRIL 2024
Tempo
17º
MIN 16º MÁX 26º

Quase metade da população em Tigray tem grave escassez de alimentos

Quase metade da população da província de Tigray, na Etiópia, teve grave escassez de alimentos em junho e é improvável que a situação melhore até à colheita anual de novembro, disse hoje uma agência da ONU.

Quase metade da população em Tigray tem grave escassez de alimentos
Notícias ao Minuto

18:23 - 19/08/22 por Lusa

Mundo Etiópia

O conflito que eclodiu em novembro de 2020 entre o governo federal e as autoridades rebeldes nesta província do norte da Etiópia "levou as pessoas em Tigray cada vez mais fundo na fome", com altas taxas de desnutrição infantil, observa o Programa Alimentar Mundial (PAM) no seu último relatório sobre segurança alimentar.

Uma trégua no final de março levou ao fim dos combates, o que permitiu a retoma em abril das colunas de ajuda humanitária após uma interrupção de três meses.

Mas a região continua isolada do resto do país, sem eletricidade, telecomunicações e em grande parte privada de combustível e dinheiro, devido à falta de serviços bancários e à destruição da economia local.

"Numa região onde os alimentos costumam estar disponíveis, (...) 89% dos habitantes viviam em insegurança alimentar em junho de 2022", ou seja, mais seis pontos percentuais do que em novembro de 2021, segundo o PAM, e perto da metade do população (47%) sofria de "grave insegurança alimentar".

Enquanto 80% da população depende da agricultura de subsistência, as colheitas de novembro de 2021 ficaram abaixo da média, observa o PMA.

Além disso, "com o fluxo de envio humanitário e bens comerciais para Tigray a continuar severamente restrito e insuficiente, os preços dos alimentos e itens não alimentares continuam a subir".

O PAM faz referência a diferenças de preços de 70% a 300% para os cereais e de 58% a 99% para o óleo vegetal em relação às regiões vizinhas.

A agência da ONU acrescenta que 85% das famílias dizem que não compram alimentos nos mercados por falta de dinheiro.

Da amostra de 3.000 famílias entrevistadas pelo PAM entre 21 de maio e 05 de junho, 81% disseram ter recebido ajuda humanitária pelo menos uma vez desde o início do conflito.

Mas apenas 8% delas disseram ter recebido ajuda nos últimos três meses, enquanto quase dois terços não a recebiam há mais de um ano.

A chegada de mais de 6.000 camiões de socorro a Mekele, capital regional, entre 01 de abril e o final de julho "ainda não se traduziu num aumento da assistência humanitária, pois persistem outros desafios, como o acesso limitado ao combustível" que restringe as distribuições fora da cidade, sublinha o PAM.

Até 06 de julho, o PAM e os seus parceiros conseguiram distribuir alimentos para cerca de 4,66 milhões de pessoas.

"Mas a escassez de alimentos deverá persistir até novembro", data da próxima colheita anual, "a menos que a distribuição da ajuda humanitária melhore", estima a agência.

Leia Também: Insegurança alimentar afeta 22 milhões no Corno de África

Recomendados para si

;
Campo obrigatório