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Guterres avisa que eletricidade de Zaporíjia "obviamente é ucraniana"

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, avisou hoje que a eletricidade da central nuclear de Zaporijia "obviamente" pertence à Ucrânia e que esse princípio deve ser totalmente respeitado.

Guterres avisa que eletricidade de Zaporíjia "obviamente é ucraniana"
Notícias ao Minuto

16:41 - 19/08/22 por Lusa

Mundo Guerra na Ucrânia

"Em primeiro lugar, o que é verdade é que, se a unidade for desmilitarizada como propomos, o problema será resolvido. E, obviamente, a eletricidade de Zaporijia é eletricidade ucraniana, e é necessária, especialmente durante o inverno, para o povo ucraniano, e esse princípio deve ser totalmente respeitado", afirmou Guterres, em conferência de imprensa após uma visita ao porto de Odessa, no sul da Ucrânia.

O líder da ONU respondia a uma questão sobre acusações mútuas de Kiev e de Moscovo por bombardeamentos junto da central de Zaporijia e de notícias de que a Rússia, que controla a região onde está situada a unidade nuclear, pretender 'desligá-la' da rede elétrica ucraniana e transportar a eletricidade para zonas sob seu controlo, nomeadamente a península da Crimeia, ocupada à Ucrânia em 2014.

Na mesma conferência de imprensa, António Guterres, que cumpriu hoje o segundo dia de uma visita à Ucrânia, abordou a possibilidade de uma deslocação da Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA), começando por referir que a entidade tem um mandato próprio e que lhe cabe definir que tipo de inspeções fará.

No entanto, destacou que as Nações Unidas têm "na Ucrânia capacidade logística e de segurança para apoiar uma possível missão da AIEA desde Kiev até Zaporijia".

As forças russas controlam a central de Zaporijia, a maior do género na Europa, mas ambas as partes acusam-se mutuamente de ataques que podem provocar um desastre nuclear.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.

Em Lviv, Guterres alertou na quinta-feira para a situação "preocupante" da central nuclear ucraniana de Zaporijia, salientando que não deve ser usada como parte de qualquer operação militar.

"É urgentemente necessário um acordo para restabelecer Zaporijia como infraestrutura puramente civil e para garantir a segurança da área. (...) Não devemos poupar esforços para garantir que as instalações ou arredores da central não sejam alvo de operações militares. Equipamentos e pessoal militar devem ser retirados da central", exortou.

"A área precisa de ser desmilitarizada. Devemos dizer as coisas como elas são -- qualquer dano potencial a Zaporijia é suicídio", afirmou o ex-primeiro-ministro português.

A questão de Zaporijia foi abordada já esta tarde pelo Presidente russo, Vladimir Putin, numa conversa telefónica com o seu homólogo francês Emmanuel Macron.

"Putin e Macron sublinharam a importância de enviar esta missão [da AIEA] para Zaporijia o mais rapidamente possível", referiu o Kremlin, numa declaração citada pela agência noticiosa russa TASS.

A Rússia "confirmou que está pronta para prestar toda a assistência necessária aos inspectores da AIEA", segundo a mesma fonte.

A presidência francesa, por sua vez, declarou que Macron "apoiou o envio o mais rápido possível de uma missão de especialistas da AIEA, nas condições aprovadas pela Ucrânia e pelas Nações Unidas".

Macron e Putin devem voltar a dialogar "nos próximos dias sobre o assunto [da central de Zaporijia], após contactos entre as equipas técnicas e antes do desdobramento da missão", segundo o Eliseu.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse na quinta-feira após um encontro com o secretário-geral da ONU, António Guterres, pretender que as Nações Unidas garantam a desmilitarização da central nuclear de Zaporijia.

Na reunião com Guterres, realizada na cidade ucraniana de Lviv, Zelensky acusou a Rússia de fazer chantagem com a segurança da central nuclear de Zaporijia (sudeste da Ucrânia), segundo relatou na rede social Telegram.

Zelensky disse que o clima de "terror deliberado da parte do agressor pode ter consequências catastróficas a nível global" no caso de um acidente nuclear na central.

"A ONU tem de garantir a segurança deste ativo estratégico [central nuclear de Zaporijia], a sua desmilitarização e completa libertação das tropas russas", defendeu.

A Rússia tem rejeitado propostas para desmilitarizar a área em torno da central nuclear de Zaporijia, que considerou como inaceitáveis.

"As propostas de desmilitarização de uma área em redor da central nuclear de Zaporijia são inaceitáveis", disse na quinta-feira o porta-voz da diplomacia russa Ivan Nechaev.

Para Moscovo, a implementação de tais propostas "tornará a central muito mais vulnerável", acrescentou.

[Notícia atualizada às 16h57]

Leia Também: Guterres apela em Odessa para abertura dos mercados a alimentos russos

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