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Vestir os mortos. Indonésios desenterram e fotografam-se com cadáveres

Ritual anual pretende honrar os espíritos dos mortos. ATENÇÃO: as imagens que se seguem podem ferir as suscetibilidades dos leitores mais sensíveis.

Notícias ao Minuto

08:17 - 19/08/22 por Marta Amorim

Mundo Indonésia

Uma família da etnia Toraja, numa ilha indonésia, posa para uma fotografia com um familiar idoso que foi desenterrado, limpo, vestido, e agora entra também na fotografia.

A cerimónia chama-se Manene e acontece em duas pequenas cidades da ilha de Sulawesi, na Indonésia, e dura dias.

Centenas de cadáveres são desenterrados e vestidos na aldeia de Torea como parte do ritual para honrar os seus espíritos e fazer oferendas.

"Quando fazemos Manene, começamos por abrir a câmara da sepultura e limpá-la e a sua área circundante", disse um dos membros da família, Sulle Tosae, à AFP.

"Depois, secamos os corpos sob o sol antes de [mudarmos] as suas roupas", disse ainda.

Os caixões que contêm os corpos preservados dos seus entes queridos são retirados de uma caverna na encosta da montanha, relata a agência de comunicação. 

"As ofertas são um símbolo de gratidão dos filhos e netos aos falecidos", revelou o chefe da aldeia de Torea, Rahman Badus. Honram os seus espíritos "para que possam sempre abençoar os vivos com segurança, paz e felicidade".

Cigarros, óculos de sol e demais adereços não são esquecidos na hora de tirar a fotografia de família.

Alguns dos corpos, como pode ver pelas imagens na galeria, permanecem relativamente intactos do processo de mumificação, enquanto outros se deterioraram até aos restos do esqueleto.

Os torajanos são um grupo étnico que conta cerca de um milhão de pessoas na ilha de Sulawesi e dependendo da aldeia, o Manene é normalmente realizado de poucos em poucos anos em julho ou agosto.

Acreditam que os espíritos dos mortos permanecerão no mundo antes das suas cerimónias fúnebres e começarão a sua viagem para a terra dos espíritos depois de as suas almas serem imortalizadas.

As famílias preservarão o corpo até que tenham poupado dinheiro suficiente para um funeral elaborado, sendo que os falecidos foram anteriormente mumificados através de um processo de embalsamamento utilizando remédios naturais tais como vinagre azedo e folhas de chá.

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