O novo financiamento, que chegará através do Fundo Fiduciário do Gabinete de Apoio das Nações Unidas na Somália (UNSOS), foi anunciado durante um encontro entre o recém-empossado ministro da Defesa da Somália, Abdulkadir Mohamed Nur, e a embaixadora britânica no país, Kate Foster, segundo um comunicado da embaixada.
Para a diplomata britânica, o contributo agora anunciado será "crucial para manter as capacidades das forças de segurança da Somália acima de 10 mil militares somalis na luta contra o Al-Shebab".
O novo financiamento baseia-se no apoio de longa data do Reino Unido às Forças de Segurança da Somália e ao Fundo Fiduciário da UNSOS, sublinha a embaixada na nota.
No período de 2021/2022, o Reino Unido forneceu 4,9 milhões de libras (5,8 milhões de euros) de financiamento ao fundo para um ano de apoio aos soldados e polícias somalis.
Segundo o comunicado, os contributos do Reino Unido para o Fundo Fiduciário da UNSOS juntam-se ao apoio militar do Reino Unido ao Exército Nacional da Somália (SNA).
Desde 2016, o Reino Unido já treinou mais de 2.000 soldados do SNA, em áreas como operações defensivas, comando e controle básico e lei de conflitos armados, liderança, tiro real, primeiros socorros em combate, direitos humanos e formação de género, para ajudar a melhorar o combate ao Al-Shebab.
Este grupo fundamentalista, que se juntou à Al-Qaida em 2012, leva a cabo com regularidade ataques em Mogadíscio e noutras partes do país para derrubar o governo central e estabelecer pela força um Estado islâmico ao estilo 'wahhabi' (ultraconservador).
Além disso, o Al-Shebab controla várias áreas do país, especialmente as áreas rurais no centro e no sul, e também ataca países vizinhos, como o Quénia.
O Exército somali combate os fundamentalistas com o apoio das forças da Missão de Transição da União Africana na Somália (ATMIS, na sigla em inglês), que por sua vez é apoiada pela comunidade internacional.
A Somália vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi derrubado, deixando o país sem um governo eficaz e nas mãos de milícias e senhores da guerra islâmicos.
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