Índia critica China por bloquear sanções a membro de grupo paquistanês
A Índia criticou hoje a China por bloquear a imposição de sanções nas Nações Unidas, pretendida por Nova Deli e Washington, contra o chefe adjunto do Jaish-e-Mohammad, um grupo extremista baseado no Paquistão considerado terrorista pela ONU.
© Reuters
Mundo Índia
"É lamentável que quando se trata da nossa batalha coletiva contra o terrorismo, a comunidade internacional tenha sido incapaz de falar a uma só voz comum", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros indiano, Arindam Bagchi.
Abdul Rauf Azhar tem sido alvo de sanções pelos EUA desde dezembro de 2010 por agir em nome ou por conta do grupo, conhecido como JEM.
A Índia diz que Azhar esteve envolvido no planeamento e execução de numerosos ataques terroristas, incluindo o sequestro em 1999 de um avião da Indian Airlines, o ataque de 2001 ao Parlamento indiano e o ataque de 2016 a uma base da força aérea indiana em Pathankot.
Um funcionário da Missão da China na ONU, que não estava autorizado a falar publicamente, disse na quarta-feira que o seu país suspendeu a proposta de listagem de Azhar para sanções, porque precisava de mais tempo para estudar o caso.
O funcionário disse que o comité de monitorização de sanções do Conselho de Segurança das Nações Unidas permite "retenções" de pessoas propostas para sanções, "e tem havido um número considerável de retenções semelhantes por parte dos membros do comité sobre pedidos de listagem".
Em junho, a China suspendeu a inclusão de Abdul Rehman Makki, vice-chefe de outro grupo paquistanês proscrito pela ONU, Lashkar-e-Taiba, da lista negra da ONU.
Makki tem estado sob sanções dos EUA desde novembro de 2010, e a Índia diz ter estado envolvido na angariação de fundos, recrutamento e radicalização de jovens para recorrer à violência e planeamento de ataques, incluindo os de Bombaim em 2008.
O porta-voz indiano disse hoje que não devia haver dois pesos e duas medidas para lidar com os terroristas.
"A prática de colocar retenções e bloqueios sem dar qualquer justificação tem de acabar. É extremamente lamentável que propostas de listagem genuínas e baseadas em provas relativas a alguns dos terroristas mais notórios do mundo estejam a ser colocadas em espera", disse Bagchi num comunicado.
O Paquistão diz ter ilegalizado mais de 65 militantes de grupos, incluindo Jaish-e-Mohammad e Lashkar-e-Taiba.
A China tem fortes laços amigáveis com o Paquistão.
Pequim está a financiar dezenas de biliões de dólares de mega projetos como parte do Corredor Económico China-Paquistão.
O pacote inclui a construção de estradas, centrais elétricas e agricultura e tem um custo estimado de até 75.000 milhões de dólares.
Os laços da Índia com a China deterioraram-se no meio de tensões causadas por um impasse com mais de dois anos entre os exércitos dos dois países na disputada fronteira na zona oriental de Ladakh.
Ambos os países estacionaram dezenas de milhares de soldados apoiados por artilharia, tanques e aviões de combate ao longo da fronteira de facto chamada Linha de Controlo Atual.
Em 2020, 20 soldados indianos morreram num confronto com soldados chineses envolvendo paus, pedras e punhos ao longo da disputada fronteira.
Na altura, a China disse que perdeu quatro soldados.
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